Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Gaona, Raquel Marianna Lopes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23134/tde-07082019-150631/
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Resumo: |
Esta tese de Doutorado compõe-se de três capítulos. O capítulo I investigou a autopercepção e o conhecimento da erosão dentária por meio de um questionário. Foram abordadas questões sobre dados sócio-demográficos, histórico de saúde bucal, autopercepção e conhecimento sobre erosão e um diário de dieta com frequência de ingestão de alimentos/bebidas ácidas. Foram entrevistados 211 pacientes, 89% já teve cárie, 70% faz 4 refeições por dia, além das principais. Na frequência de dieta foi verificado que 90% bebe água, 24% consome frutas e 16% suco. Quando questionados se já notaram alterações nos dentes, 55%responderam que experimentaram mudanças que podem estar relacionadas à erosão. Embora 35% tenha comparecido a exames odontológicos pelo menos uma vez por ano, 50% nunca ouviu falar de erosão dentária, 13% não conheciam os sintomas da erosão e 47% confundiam o conceito de erosão dentária com cárie. Na análise qualitativa, pacientes entre 36 a 55 anos apresentaram dentes mais lisos de acordo coma sua autopercepção (p= 0,005), mulheres relataram maior sensibilidade que homens (p= 0,002), e os grupos que já ouviram falar em erosão foram pessoas com renda entre um a três salários mínimos (p= 0,005). Conclusão: O conhecimento e a autopercepção da erosão são influenciados por determinantes sociais de saúde. O Capítulo II teve como objetivo avaliar características físicas e químicas de cinco cremes dentais dessensibilizantes e ou/ anti-erosivos comercialmente disponíveis, como controle negativo, sem flúor (C; 0 ppm de fluoreto); fluoretado como controle positivo (F; 1450 ppm de fluoreto com monofluorofosfato de sódio [MFP], Colgate Máxima Proteção Anti-cáries); arginina, como dessensibilizante (A; 1450 ppm flúor como MFP e arginina + carbonato de cálcio, Colgate Sensitive Pró-Alívio); fosfosilicato de sódio e cálcio como dessensibilizante (FSC; 1426 ppm de fluoreto como MFP, Sensodyne Repair and Protect (Novamin®)); e silicato de cálcio como anti-erosivo (SC; 1450 ppm fluoreto como MFP e silicato de cálcio + fosfato de sódio, Regenerate). A viscosidade (V), citotoxicidade (C), a determinação de flúor (F) e de cálcio disponível (Ca) foram realizadas em cada grupo e em triplicata. FSC apresentou maior V (p<0.05); todos os cremes dentais apresentaram citotoxicidade e o grupo sem exposição de creme dental diferiu de todos significativamente (p<0,05); F e A apresentaram maior valor de flúor e diferiram dos demais (p<0,05) e todos os cremes fluoretados apresentaram a mesma quantidade de Ca, diferindo estatisticamente do grupo controle (p<0.05). Pode-se concluir que apesar todos os cremes dentais apresentaram baixa viabilidade celular e a mesma quantidade de cálcio, F e A com maior quantidade de Fluor e FSC apresentou maior viscosidade, que pode resultar em melhor desempenho no tratamento de hipersensibilidade dentinária. Por fim o Capítulo III foi um estudo in situ de cinco fases, cego e cruzado que avaliou os efeitos de cremes dentais dessensibilizantes e/ou anti-erosivos, utilizados no Capítulo II, no desgaste dentário e na oclusão tubular.Trezentas amostras de dentina radicular humana foram posicionadas em aparelhos intraorais removíveis de 15 voluntários. Durante a ciclagem foram aplicados ciclos de erosão / abrasão (imersão em solução de ácido cítrico a 1% pH 2,3, 6x/dia por 2 minutos e escovação 2x/dia, por 5 segundos). Ao concluir o experimento, a perda de superfície dentinária (PS) foi avaliada em perfilometria óptica. O número de túbulos dentinários abertos (TDAs) foram contados no tempo pré e pós-ciclagem usando o programa Image J. A PS não diferiu significantemente entre os grupos (p = 0,468). O número de TDAs pré-ciclagem não diferiu entre os grupos (p = 0,768). Para todos grupos, o TDAs foi maior no tempo pre-ciclagem do que pós-ciclagem (p< 0,001). Os TDAs na pós-ciclagem foram significativamente menores para os grupos FSC e SC (p<0,05) do que para os grupos C e F, e menor para o grupo A do que para o grupo de controle (p<0,05). Os grupos A e F não diferiram entre si. Pode-se concluir que os cremes dentais testados causaram graus de desgaste dentário semelhantes. No entanto, FSC e SC ocluíram uma maior quantidade de túbulos dentinários podendo ter um efeito potencialmente mais promissor para o tratamento da HD. Os resultados destes três estudos nos permitem concluir que é necesário uma maior conscientização das causas e dos efeitos deletérios do desgaste dental na população e que os cremes dentais dessensibilizantes e/ou anti-erosivos podem ser recomendados para o alívio da HD, mas não para prevenir o desgaste. |