A importância das National Oil Companies para as Relações Internacionais contemporâneas: um estudo de caso da GAZPROM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Amorim, Bruna Eloy de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-12032018-105644/
Resumo: O controle sobre recursos naturais como o petróleo e o gás representa um aspecto de fundamental importância no relacionamento entre países. Sendo majoritariamente controlada pelo Estado, o gerenciamento que as National Oil Companies (NOCs) fazem desses recursos possibilita sua utilização como uma ferramenta de política externa. Com o aumento dos preços dos hidrocarbonetos no mercado internacional a partir de 2000, o restabelecimento das NOCs passou a constituir uma nova possibilidade para se projetar poder em âmbito global. Nesse contexto, buscou-se, neste trabalho, analisar a eficácia da atuação da principal NOC russa, a Gazprom, para a política externa de Moscou. Para tanto, foram investigadas as relações da Rússia com quatro países: Alemanha, Ucrânia, China e Turquia. A conclusão é a de que a operacionalização da Gazprom pelo governo russo tem gerado resultados positivos para o país, ainda que tais resultados não alcancem todos os casos. Verificou-se que, em diferentes níveis, Alemanha, China e Turquia têm evitado contrapor-se diretamente a Moscou, sendo a Alemanha o caso mais significativo. A forte dependência alemã do gás natural russo tem mitigado uma postura hostil a Moscou, independentemente do partido que esteja à frente do governo. No caso da China, a dependência dos hidrocarbonetos russos também desempenha um papel importante na relação bilateral, embora outros interesses, ademais de questões energéticas, constituam igualmente fatores de aproximação e convergência. Em relação à Turquia, embora a dependência energética dos recursos russos seja também significativa nesse país, a localização estratégica do território turco tem permitido a Ancara barganhar vantagens econômicos junto a Moscou, abrandando, em certa medida, o poder da Gazprom. A Ucrânia, por sua vez, é um caso claramente dissonante: mesmo com a forte dependência deste país do gás natural russo, a política externa de Kiev tem assumido posturas manifestadamente contrárias aos interesses de Moscou.