Inovação tecnológica na indústria brasileira: investimento, financiamento e incentivo governamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Meirelles, Jorge Luís Faria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18140/tde-30012009-085108/
Resumo: O objetivo geral do presente trabalho foi identificar e caracterizar os aspectos financeiros do processo de implementação de inovações tecnológicas na indústria brasileira, no período 1998-2005. Em tal processo foram analisados o financiamento e os mecanismos financeiros de incentivo governamental para a realização de investimentos em atividades inovativas na indústria brasileira. Os dados utilizados foram obtidos em fontes secundárias, como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) e Oficina Estatística da União Européia (EUROSTAT). Especificamente sobre inovação tecnológica na indústria brasileira, foram utilizados os dados da Pesquisa Industrial sobre Inovação Tecnológica (PINTEC), do IBGE. Tais dados foram comparados com os resultados da quarta versão da Community Innovation Survey (CIS IV), da EUROSTAT. Há, na indústria brasileira, uma larga predominância das inovações que correspondem a aprimoramento de produtos e ou processos já existentes na empresa, ou de inovações para a própria empresa, mas já existentes no setor, no Brasil. O investimento nacional em P&D é relativamente baixo e a execução de P&D está associada mais ao governo. O setor empresarial executa cerca de 40% da P&D no Brasil. Na indústria brasileira, cerca de metade dos recursos investidos em atividades inovativas é destinada à aquisição de máquinas e equipamentos para inovar. Em segundo lugar aparecem os investimentos em atividades internas de P&D e em terceiro lugar as atividades de projeto industrial. Dentre as diferentes fontes de financiamento para inovação, o percentual de recursos próprios utilizados no financiamento das atividades inovativas é maior, principalmente no caso das atividades de P&D, em comparação com o financiamento dos investimentos em geral. Com relação aos recursos de terceiros, o percentual de utilização de recursos privados é maior no caso do financiamento das demais atividades inovativas, quando comparado com o percentual de recursos privados no financiamento da P&D, ainda que o percentual de recursos públicos seja maior que o de linhas de mercado, tanto no financiamento da P&D como das demais atividades inovativas. As possibilidades de utilização de linhas de financiamento de mercado para financiamento da P&D são reduzidas, por conta do risco elevado de tais atividades. A possibilidade de utilização de financiamento público para as atividades inovativas, principalmente a P&D, torna-se particularmente importante. As empresas maiores, com 500 ou mais pessoas ocupadas, têm melhor acesso aos recursos públicos, quando a base de comparação utilizada é o percentual de empresas que receberam financiamento público para realização de P&D e de aquisição de máquinas e equipamentos para inovar. O percentual de empresas inovadoras que utilizaram incentivos fiscais à P&D também apresentou grande disparidade entre as empresas maiores (com 500 ou mais pessoas ocupadas) e as menores. Essa disparidade é conseqüência das características dos benefícios previstos pela legislação.