Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Gobatti, Lucas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3153/tde-18102023-101029/
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Resumo: |
Em cidades densamente edificadas como São Paulo, onde a urbanização alterou profundamente o ciclo hidrológico, a gestão de águas pluviais torna-se uma problemática. A impermeabilização do solo diminui a infiltração, aumentando o escoamento superficial, diminuindo a perda por evapotranspiração e aumentando a temperatura das cidades. As Soluções baseadas na Natureza têm o potencial de agir sobre este cenário, gerindo a água de chuva próxima onde precipita. E dentro desta gama de possibilidades em Infraestrutura Verde e Azul, os tetos vegetados extensivos destacam-se para cidades compactas. Onde a competição por uso do solo térreo é alta, gerir as águas pluviais no topo de coberturas é uma possibilidade a ser mais explorada. Porém, pouco se sabe do desempenho hidrológico destes tetos verdes para o clima da cidade de São Paulo. Além disso, poucos experimentos laboratoriais com coleta de dados em tempo real e instrumentação robusta foram executados na cidade, o que demonstra o hiato neste campo científico. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo quantificar o desempenho hidrológico de tetos vegetados correlacionando às suas condições ambientais e ao mesmo tempo investigar sua dinâmica de vegetação, dada a íntima interdependência entre água, vegetação e calor. Para isto, protótipos edificados de teto vegetado extensivo e telhado cerâmico foram instrumentados e novos modelos com profundidade variada de substrato foram construídos, avaliando o desempenho comparativo destas estruturas. Resultados demonstram que tetos vegetados sem manutenção por mais de 10 anos têm capacidade de reter de 34 a 100% da água de chuva e atrasar de 14 a 37 minutos e diminuir de 30 a 100% a vazão de pico do escoamento resultante. A vegetação espontânea nos modelos laboratoriais também é caracterizada, indicando que substratos com 10 cm podem ter desempenho ótimo para o crescimento de espécies de Arachis repens em conjunto a vegetação espontânea, com alguma manutenção recorrente. O trabalho demonstra a correlação entre o desempenho hidrológico do teto, sua estrutura física e também sua condição antecedente aos eventos de chuva analisados. Seu desempenho hídrico aumenta tanto quanto sua profundidade de substrato aumenta e quanto sua umidade prévia diminui. Conclui-se que os tetos vegetados extensivos têm alta capacidade de retenção da chuva incidente e detenção do escoamento resultante, ao mesmo tempo que podem gerar habitat para grande diversidade de espécies sob o clima de São Paulo. Espera-se que o trabalho contribua para a normatização destas estruturas no Brasil e fundamente sua implantação em larga escala através de política pública baseada em evidências científicas. |