Paisagem latente: o processo de construção da paisagem do Clube Náutico Araraquara, SP.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Cauê Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-05012023-164443/
Resumo: Essa pesquisa tem por objeto de estudo o Clube Náutico Araraquara/SP, paisagem cultivada inicialmente por agricultores, mas reconhecida e idealizada pelo Engenheiro Agrônomo Luiz Antonio Ferraz Matthes, relevante tanto por sua qualidade estética e escala de implantação, como por seu processo de transformação e gestão, que se perpetuam por mais de cinquenta anos. O ineditismo em explorar a composição e formação desta paisagem, do ponto de vista da arquitetura da paisagem, se pauta no questionamento inicial de como intervir em um lugar e desenvolver seu projeto, como forma de revelar o potencial paisagístico desse território. Neste contexto, o principal objetivo deste estudo é a análise da conformação atual da paisagem do Clube por meio da investigação de informações que possibilitam reconhecer como se deu o seu processo de formação e transformação no tempo. Em paralelo, fez-se necessário analisar a presente paisagem, por meio de conceitos afeitos à paisagem e ao paisagismo, remetendo a questões estéticas, culturais, ambientais e geográficas desta particular paisagem. Como desdobramento do objetivo, coube, ainda, conhecer o processo de projeto do autor, moldado a partir de sua formação, seus contatos e influências, em especial a longa convivência e amizade com Roberto Burle Marx, interações que vieram a configurar a sua forma singular de planejar, projetar e gerir paisagens. A interlocução entre estes conhecimentos distintos corrobora o surgimento de soluções técnicas e artísticas que fogem do comum, revelando uma paisagem que se apresenta enquanto laboratório. Fruto de puro artifício, a compilação e organização de imagens fotográficas ao final deste trabalho sugerem uma narrativa que procura conduzir, convidar e conectar o leitor à obra, embrenhando-o nessa reconstrução cultural e temporal, em uma experiência objetiva e, ao mesmo tempo, subjetiva, caleidoscópio de cores, texturas, formas e tamanhos; diálogos espaciais e vegetais que apreendem, confundem e surpreendem o olhar, ao passo que abriga uma das maiores coleções de plantas do país. Um manifesto que testemunha estratégias de gestão política e paisagística, quebra de paradigmas, e a constatação de que é possível alcançar um planejar e projetar com a paisagem.