Análise comparativa da produtividade dos recursos na produção de milho em duas regiões com diferentes níveis de tecnologia

• Ano de defesa: 1976
• Autor(a) principal: Negri Neto, Afonso
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: MILHO; PRODUÇÃO; PRODUTIVIDADE DE RECURSOS; TECNOLOGIA AGRÍCOLA
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-152619/

O principal objetivo desta pesquisa é analisar a eficiência de uso dos recursos na cultura do milho para duas regiões distintas: uma caracterizada pelo uso intensivo de insumos e técnicas moder- nas; outra onde a utilização de novas técnicas não é notável. Foram estimadas funções segundo os modelos Cobb-Douglas e Ulveling-Fletcher, incluindo variáveis não tradicionalmente usadas, como fertilidade da terra, população e crédito. A informação básica utilizada foi referente ao ano agrícola de 1974/75 obtida através de entrevistas diretas com 81 agricultores do município de Ibaití, PR. e 44 de São Joaquim da Barra, S.P., pertencentes a uma amostra do rol de propriedades cadastradas no INCRA (1973). Em Ibaití notou-se um sistema de produção intensivo em trabalho associado a uma estrutura de pequenas propriedades, ao passo que em São Joaquim da Barra verificou-se técnicas de capital intensivo organizado em propriedades médias e grandes. Não foi possível uma mesma especificação das relações estruturais de produção nos dois municípios. Esta conclusão é consistente com o que se esperava, ao se escolher áreas de tecnologias diferentes. Verificou-se em Ibaití que: (a) os fatores de produção estão sendo utilizados no estágio racional de produção; (b) as principais variações na produção estão associadas à área cultivada, trabalho humano e fertilidade; (c) a área cultivada com milho deveria ser aumentada para maximizar lucros, embora uma parcela das propriedades se encontre no intervalo de confiança da combinação ótima para este recurso; (d) a maioria das propriedades têm o nível de uso para insumos modernos no intervalo de confiança da combinação ótima; mas algumas devem aumentar seu uso; (e) o uso das terras mais férteis para o cultivo de milho desloca a função de produção para cima. Em São Joaquim da Barra verificou-se que: (a) os fatores de produção estão sendo utilizados no estágio racional de produção; (b) as principais variações na produção estão associadas à área cultivada e a máquinas e equipamentos; (c) a área cultivada com milho deveria ser aumentada. O número de propriedades em que este fator de produção se encontra no intervalo de confiança da combinação 6tima é pe- queno; (d) máquinas e equipamentos se encontra com sua utilização no intervalo de combinação ótima; poucas deveriam aumentar seu uso; (e) os usuários utilizam crédito, na cultura de milho, de uma maneira excessiva. A função de produção Ulveling-Fletcher estimada para Ibatí mostra que a fertilidade da terra e população de plantas (stand) afetam a elasticidade parcial de produção do fator área cultivada. No ano agrícola 1975/76 (posterior à presente pesquisa) na região de Ribeirão Preto ocorreu um aumento de 27,61% em relação à área plantada com milho no ano agrícola de 1974/75, o que, de certa forma, é consistente com os resultados encontrados. Este aumento de área cultivada fui estimulado pela elevação de 33,3% no preço mínimo desta cultura. Em São Joaquim da Barra o crédito disponível está sendo absorvido, ao passo que em Ibaití, isto não ocorre. Programas de assistência técnica aos agricultores nas duas regiões poderão trazer mudanças na distribuição dos fatores de produção que, simultaneamente, irão de encontro aos interesses dos agricultores e da sociedade. Haja visto que o uso do número correto de plantas por área não acarretaria custos adicionais para o agricultor e traria aumentos substanciais na produtividade dos recursos. Por sua vez, uma melhoria na eficiência alocativa do crédito, que é um recurso escasso, teria efeitos semelhantes tanto ao nível dos agricultores quanto da sociedade.