Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Nuevo, Karolina Morales Barrio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-14062019-095549/
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Resumo: |
Os Flavivirus são transmitidos por mosquitos (Diptera: Culicidae) que se refugiam em remanesctentes de Mata Atlântica. Essas áreas verdes correspondem às Unidades de Conservação e parques urbanos, que estão espalhados pela região metropolitana de São Paulo. Este estudo foi realizado com o intuito de conhecer as espécies de culicídeos que circulam na Área de Proteção Ambiental (APA) Capivari-Monos, na zona Sul do município de São Paulo, e no Parque Estadual da Cantareira (PEC), na zona Norte do mesmo município, e de investigar infecção natural por Flavivirus na fauna de culicídeos amostrada. Também foi proposto relacionar a variedade, a quantidade e identidade dos Flavivirus detectados com os padrões de riqueza, abundância e diversidade das assembleias de mosquitos. Foram realizadas 14 coletas, mensalmente, em quatro pontos de coleta na APA e três no PEC, todos com diferentes níveis de intervenção antrópica, no período de março de 2016 a abril de 2017. Armadilhas automáticas luminosastipo CDC (com atração de CO2 e ácido lático) foram instaladas na copa das árvores e no nível do solo. O esforço amostral foi equivalente para os todos os pontos, sendo que foram instaladas duas armadilhas em cada ponto (uma na copa e outra no solo), com 18 horas de coleta, permitindo amostragem de culicídeos de hábitos diurnos, crepusculares e noturnos. Os espécimes foram transportados com vida para o Laboratório de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, criopreservados a temperatura -70ºC, identificados morfologicamente e agrupados em pools (com até 10 indivíduos). Os pools foram submetidos à técnica de isolamento viral em cultura de células (C6/36), seguida do teste de imunofluorescência indireta. Os pools positivos foram submetidos à reação de RT-qPCR e, posteriormente, sequenciados. Duas árvores de similaridade foram construídas para confirmação dos Flavivirus. No total, 1216 exemplares de culicídeos foram amostrados (13 gêneros), cuja riqueza foi de 42 táxons. A APA registrou a maior abundância (878 espécimes) e maior riqueza (37 táxons). A Cachoeira foi o ponto de coleta na APA que amostrou a maior riqueza e abundância, contudo, com a mais baixa diversidade. Entretanto, a Borracharia obteve alta riqueza, baixa abundância e a maior diversidade. O PEC amostrou 338 indivíduos e a riqueza foi de 23 táxons. Dentre os pontos do PEC, a Trilha do Pinheirinho amostrou a maior riqueza e abundância. An. (Ker.) cruzii, Cx. (Cux.) sp, Cx. (Mel.) vaxus, Li. durhami, Wy. (Prl.) confusa e Wy. (Pho.) theobaldi foram detectadas com infecção natural por Flavivirus. O sequenciamento revelou infecção por ZIKV em An. (Ker.) cruzii, Li. durhami e Wy. (Prl.) confusa, e infecção por DENV-2 em Cx. (Cux.) sp e Cx. (Mel.) vaxus. Concluiu-se que a riqueza, abundância e diversidade estão relacionadas entre si e, juntas, influenciaram na detecção de espécies de culicídeos naturalmente infectadas por Flavivirus, sendo que estes foram detectados em espécies provenientes de pontos de coleta cuja riqueza e abundância foram altas, e a diversidade baixa. A quantidade e a variedade dos Flavivirus também foram influenciadas por esses três fatores, para ocorrer na natureza. Não foi possível correlacionar a identidade dos Flavivirus com os três fatores uma vez que as espécies detectadas com infecção natural por esses vírus não são apontadas como potenciais vetoras. Além disso, a abundância e a diversidade pareceram ter uma relação inversa entre si. |