Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Ana Paula Branco do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-05092008-112318/
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Resumo: |
O presente trabalho investigou a dieta adotada por populações humanas, rural e urbana de Piracicaba, SP. Foi abordada a adaptabilidade humana, em relação à capacidade de uma população se adaptar a mudanças nutricionais, geralmente decorrentes de outras mudanças em seu ambiente. O indicador da adaptabilidade humana adotado foi o estado nutricional das mães de pré-escolares, dado que essas apresentam grande influência nos hábitos alimentares de toda a família. Dessa forma, tal população alvo é relevante em relação à população como um todo. O estado nutricional foi analisado a partir do peso e estatura, por meio do cálculo de Índice de Massa Corporal (IMC). Foram investigadas também a diversidade alimentar e amplitude de nicho destas populações em Piracicaba, SP (rural e urbana) através da composição da dieta (o que come), local das refeições (onde come), como também a presença de quintais domésticos nas residências e sua utilização. Também foram levantados fatores relacionados às escolhas de alimentos pelas mães, sua idade, nível de escolaridade e classe econômica, dentre outras. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas realizadas com as mães das crianças nas Escolas Municipais de Educação Infantil (E.M.E.I.) rurais e urbanas, utilizando-se o recordatório de 24 horas (R24h), questionário de freqüência alimentar (QFA) e antropometria. No total foram entrevistadas 188 mães, sendo 137 residentes na área urbana e 51 na área rural, como indicado pelo Plano Amostral realizado previamente. O fator mais citado pelas mães da área urbana como determinante da escolha de alimentos foi o preço (28,2%), seguido das que escolhem os alimentos mais saudáveis (25,4%). Dentre as mães que residem na área rural, 37,8% declararam que dão preferência aos alimentos que consideram mais saudáveis, seguido de 35,6% que escolhem os mais baratos. Os itens alimentares e sua freqüência de consumo pelas populações rural e urbana não apresentaram diferenças relevantes. Não houve diferença na amplitude de nicho em ambas as populações. Na área urbana 30,7% das mães apresentam sobrepeso, enquanto que na área rural 41,2% das mães encontram-se nesta faixa. A ocorrência de obesidade também foi maior na área rural (25,5%) do que na área urbana (19,7%). Verificou-se a presença de fatores de risco: sedentarismo, em 61,9% na área urbana e 57,7% na área rural; e tabagismo: 14,3% na área urbana e 3,9% na área rural. A análise univariada indicou que não há efeito significativo do ambiente, se rural ou urbano, sobre a incidência de obesidade. Entre as mulheres que não possuem cônjuge constatou-se uma ocorrência 3,29 vezes maior de obesidade (p=0,007) que entre as que residem com seu parceiro. Entre as mulheres insatisfeitas com sua aparência há maior ocorrência de obesidade (or=0,66; p=0,03). As chances de sobrepeso aumentam 2 vezes (p=0,03) quando a mulher não se preocupa com a alimentação. Foi encontrado grande percentual de quintais na área rural (94,1%) e urbana (88,3%). No entanto 66,7% na área rural e apenas 28,1% na área urbana utilizam recursos advindos do quintal para a alimentação. Os resultados indicam que as escolhas alimentares, a utilização de recursos e (ou) estilo de vida adotado pela população de Piracicaba não estão sendo adaptativos. As ocorrências de sobrepeso e obesidade nas áreas urbanas e rurais de Piracicaba são maiores do que as aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS). |