Cirurgia de epilepsia em pacientes com epilepsia do lobo temporal associada a esclerose hipocampal: uma comparação do prognóstico cognitivo com e sem ressecção do polo temporal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Ana Carolina Gargaro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-01082019-090931/
Resumo: Sabe-se que a epilepsia do lobo temporal associada à esclerose hipocampal (ELT-EH) é uma síndrome epiléptica frequente e de difícil controle medicamentoso. Além disso, esta condição acarreta em uma série de prejuízos cognitivos aos seus portadores antes e após a cirurgia para tratamento das crisesrefratárias. Alguns trabalhos mostram que o prognóstico cognitivo pode mudar dependendo da abordagem cirúrgica realizada. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo verificar qual o papel do polo temporal no funcionamento cognitivo. Para isso, foi realizada uma análise retrospectiva dos prontuários médicos de 146 pacientes adultos com ELT-EH esquerda, destros, avaliados no Centro de Cirurgia de Epilepsia (CIREP) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) - Universidade de São Paulo (USP). Os resultados mostraram um melhor desempenho na tarefa de nomeação por confronto visual nos pacientes que passaram por lobectomia temporal esquerda sem ressecção do polo (p=0.007). Quando realizada da análise do índicede mudança confiável (RCI) para verificar a relevância clínica dos achados, 39,4% dos pacientes que passaram pela cirurgia com ressecção do polo temporal mostraram uma piora significativa de desempenho no teste de nomeação por confronto visual no Boston Naming Test (BNT), enquanto apenas 16% dos que passaram pela cirurgia sem ressecção do polo mostraram piora significativa no mesmo teste (p=0.015). No entanto, este mesmo grupo mostrou um pior prognóstico de controle de crises quando comparado ao grupo com ressecção do polo (p=0.018). Assim, esses dadosindicam que o polo temporal pode estar envolvido em habilidades de nomeação. Nossos resultados sugerem, portanto, que a cirurgia para o tratamento das crises refratárias nos pacientes com ELT-EH esquerda poderiam considerar as diferenças individuais para decidir a melhor abordagem cirúrgica para cada paciente