A materialidade da repressão à  guerrilha do Araguaia e do terrorismo de Estado no Bico do Papagaio, TO/PA: noite e nevoeiro na Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Rafael de Abreu e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-02102019-152549/
Resumo: Esta tese debruça-se sobre a materialidade e a materialização das estratégias repressivas à guerrilha do Araguaia e sua relação com o terrorismo de Estado orquestrado na região do Bico do Papagaio, Amazônia Oriental, entre os estados do Pará e Tocantins, entre 1972 e 1975 com consequências duradouras. A pesquisa ressalta a importância da arqueologia nas investigações sobre violência política, forense ou não, através da avaliação da formação do campo da antropologia forense no Brasil ressaltando as consequências de sua ausência para a arqueologia forense e para desdobramentos da arqueologia do passado contemporâneo. Dá foco ao uso da cultura material e da paisagem como fontes alternativas que permitem diferentes olhares à repressão à guerrilha do Araguaia com foco em análises contextuais dos artefatos que compunham duas bases militares na região, Xambioá e Morro do Urutu. Explora a relação entre bases e militantes do movimento guerrilheiro explorando as práticas materializadas para implantação do terror, fundamentadas em uma infraestrutura de repressão que construiu assimetrias de poder a fim de imitar a mobilidade e o abastecimento da resistência. A abordagem arqueológica potencializa versões de histórias silenciadas trazendo ricas contribuições às discussões sobre as graves violações aos direitos humanos durante a ditadura cívico-militar, auxiliando na construção de uma memória material da repressão e opondo-se epistemologicamente às desmaterializações perpetradas pelas estratégias militares orientadas ao desaparecer por meio da solidificação de narrativas por meio da materialidade. O caso da guerrilha do Araguaia foi o primeiro a contar sistematicamente com uma equipe de arqueologia entre 2012 e 2015 após liminar da Justiça Federal decorrente da condenação do Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).