Etnicidade, nacionalismo e autoritarismo: a comunidade alemã sob vigilância do DEOPS (1930-1945)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Alves, Eliane Bisan
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-04012023-123555/
Resumo: Neste trabalho estudamos a comunidade alemã de São Paulo sob a vigilância da Polícia Política no período de 1930-1945. Intelectuais brasileiros influenciados por teóricos raciais europeus, tiveram a preocupação de caracterizar a população brasileira, desde a época do Império. Após a proclamação da República, vingou o projeto de nação cujo objetivo principal era o branqueamento da população, em vista da grande miscigenação após tantos anos de escravismo. Até 1930, o alemão \"ariano\" se prestou como modelo ideal de beleza a ser alcançado pelos brasileiros. Durante o governo Vargas, através do projeto político de nacionalização, foi empreendida uma ação sistemática contra as comunidades estrangeiras radicadas no estado de São Paulo, com a preocupação de evitar o enquistamento, de desmantelar os laços culturais considerados contrários à homogeneização racial e de formar uma nação brasileira com identidade cultural e racial fortes. A partir de 1937, com a instalação de Estado Novo, houve um aumento das práticas repressivas e controle da comunidade alemã. Em conseqüência do nazismo, centenas de alemães judeus se refugiaram no Brasil, tornando-se suspeitos após 1942, quando o Brasil entrou na guerra ao lado dos aliados, sendo estigmatizados como \"súditos do eixo\". O auge da vigilância contra a comunidade alemã ocorreu entre 1938-1945. O aparato censor se desenvolveu através da delação, prisão e expulsão dos estrangeiros considerados indesejáveis, o que pode ser considerado através da documentação encontrada em diversos órgãos da Polícia Política. Após o término do segundo conflito mundial, a imagem dos alemães tornou-se mais negativa como conseqüência das ) atrocidades cometidas nos campos de extermínio e julgadas como crimes praticados contra a Humanidade