Geotermobarometria e evolução metamórfica das rochas granulíticas da região de Socorro-SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Freitas, Fernando Camargo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-25092015-152407/
Resumo: A região de Socorro localiza-se a sul do maciço de Guaxupé e é caracterizada pela presença de granulitos diversos, pertencente ao Grupo Mostardas, colocado tectonicamente sobre os gnaisses e migmatitos do Grupo Amparo através da Zona de Cisalhamento de Socorro. Sobre os granulitos posicionam-se, também através de zonas de empurrão, os granitóides brasilianos do Complexo Socorro. O evento deformacional inicial da zona de cisalhamento se processou em condições de fácies granulito a anfibolito alto. Posteriormente houve retrabalhamento transpressivo dextrogiro de médio ângulo, com direção NNE, em regime dúctil-rúptil e rúptil-dúctil. Dentre os granulitos foram identificados sillimanita-granada-biotita gnaisse, gnaissescharnockíticos e charnoenderbíticos, granulitos alaskíticos, rochas calciossilicáticas, quartzitos com sillimanita, granada e feldspato e granulitos básicos. Diversas rochas deste conjunto foram reequilibradas metamorficamente durante o cisalhamento para biotita gnaisse, anfibólio-biotita gnaisse e grafita gnaisses miloníticos, que podem gradar para grafita xistos. Algumas destas rochas mostraram-se particularmente importantes no entendimento da evolução metamórfica da área, como os granulitos básicos que são compostos por uma matriz de andesina, hornblenda, ilmenita, magnetita e quartzo e porfiroblastos de clinopiroxênio e granada separados por coronas com arranjos simplectíticos de bytownita e ferrosilita, textura esta formada pela reação (1). Ocorrem também pseudomorfos de granada substituídos por andesina e ferrosilita formados pela reação (2) onde o quartzo estava presente como inclusões na granada. (1) granada + clinopiroxênio + quartzo - anortita + ortopiroxênio; (2) granada + quartzo - ortipiroxênio + anortita. As paragêneses e a posição destas reações no campo P-Y indica que estas texturas foram formadas por descompressão metamórfica em temperaturas altas. A geotermobarometria, utilizando-se o software TWQEEU, das assembléias pré-descompressão, representadas pela associação (granada-clinopiroxênio-andesina-quartzo), indicou condições de P e T que variam de 10,5 a 13 kbar e 780 a 850\'GRAUS\'C. Enquanto que nas coronas de descompressão, associação ortopiroxênio-bytownita-granada (borda), os cálculo indicaram valores de 7,8 kbar e 750\'GRAUS\'C. Os gnaisses charnockíticos e charnoenderbíticos são compostos por plagioclásio, quartzo, ferrosilita e hedenbergita, além de hornblenda biotita e ocasionalmente granada associada à ferrosilita, cujo cálculo resultou em condições metamórficas de formação ao redor de 770\'GRAUS\'C e 8,5 kbar, compatíveis com os cálculos da associação ferrosilita-hedenbergita-plagioclásio. Estes dados caracterizam estas rochas como granulitos de pressão intermediária e indicam uma trajetória metamórfica de descompressão aproximadamente isotermal dos granulitos básicos. Os sillimanita-granada-biotita gnaisses mostraram-se fortemente reequilibrados em condiçõesde baixa pressão (2,5 - 4,0 kbar) e apresentaram texturas de substituição mineral, indicando metassomatismo, efeitos estes relacionados ao magmatismo granítico. Os granulitos básicos, apresentam registro geotermobarométricos e texturais seguros de uma descompressão aproximadamente isotermal, que provavelmente está ligada ao cisalhamento de baixo ângulo, estes fatos associados a presença de paragênese hidratada, inclusa nas granadas destas rochas, permitem a inferência de uma trajetória metamórfica de sentido horário no campo P-T, típica de colisão continental