A sede do capital: o abastecimento de água em favelas da periferia da cidade do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Prieto, Gustavo Francisco Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-28022013-104911/
Resumo: Esta pesquisa de Geografia Urbana objetiva analisar o abastecimento de água nas favelas da periferia da cidade do Rio de Janeiro no período da mundialização financeira do capital, principalmente no que se refere aos impactos da implantação de políticas públicas de saneamento, especialmente o Programa Favela Bairro, momento da realização da urbanização de favelas como negócio e do urbano como mercadoria. Compreendemos que viver sem água modifica substancialmente a vida cotidiana e demonstra a crise estrutural do capital. Em outras palavras, entendemos que a nova qualidade do capital contemporâneo é a destruição destrutiva, realizada pela lógica da valorização e da reprodução ampliada, a qual explicita a situação permanentemente crítica da sociedade. Para isso, desdobramos como a crise ecológica se apresenta como crise da água, sendo essa uma das aparências da crise do capital. Expomos nossa compreensão sobre os meandros da crise capitalista e verificamos como a gestão capitalista da água se apresenta em inúmeras metáforas e fetiches, particularmente ancorada no debate sobre a produção de novas raridades e de como os movimentos de transformação da água em mercadoria-água (o mercado de água potável) fundamentam um negócio e um comércio bastante lucrativos. A questão da precariedade do abastecimento de água em favelas na periferia carioca se apresentou como portadora das contradições desse processo. Assim, buscamos compreender como a produção do espaço urbano da Zona Oeste do Rio de Janeiro se realizou, especialmente os movimentos de transformação da urbanização de favelas e de loteamentos na periferia, e como estes se encontram nesse momento de dominância financeira do capital. Observamos então as ilusões da transparência e a ilusão da opacidade desse processo em que o aparelho do Estado, conceitos produzidos por parte da Academia e os meios de comunicação de massa reforçam esses fundamentos baseados no planejamento submetido à mercadoria. Esses processos substanciam a compreensão da situação permanentemente crítica em que se insere marginalmente o proletariado urbano das favelas e periferias da metrópole capitalista. O aparelho do Estado e as políticas públicas paliativas não universalizam e muito menos resolvem as inúmeras problemáticas que envolvem o saneamento. Essa dissertação busca, então, contribuir para a análise crítica da crise capitalista, apontar alguns porquês da sede do capital e contribuir com o debate marxista, especialmente na Geografia.