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Desfechos de pacientes neuropatas com gastrostomia tratados em unidade de terapia intensiva neonatal em hospital público de ensino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Joana Cariri Valkasser Tavares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-08092022-152012/
Resumo: Introdução: A disfagia em neuropatas gera morbidades e risco à vida. Para garantir o suporte nutricional, a longo prazo, a alimentação deve ser administrada via gastrostomia, procedimento que pode evoluir com complicações, agregando mais demandas nos cuidados. A análise criteriosa do desfecho cirúrgico e do manuseio deste procedimento torna-se condição necessária para a prevenção de complicações. Objetivos: Avaliar os pacientes neuropatas que foram submetidos à gastrostomia, tratados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, em hospital público de ensino e elaborar protocolo padronizado para organização do cuidado multidisciplinar. Métodos: Estudo de Coorte retrospectivo, de janeiro de 2000 a dezembro de 2019, a partir do levantamento de prontuários de hospital público terciário de ensino. Participaram da pesquisa todas as crianças que estavam em leito de terapia intensiva neonatal e que foram submetidas à gastrostomia laparotômica ou videolaparoscópica. As crianças foram separadas em dois grupos: Grupo com neuropatia e Grupo controle. Os dados coletados foram: maternos, das crianças, cirúrgicos e anestésicos, sobre evolução e desfecho, desde o momento da indicação cirúrgica formalizada em prontuário, até a alta hospitalar, ou naqueles com necessidade de hospitalização mais prolongada, até um mês após a cirurgia. Em seguida, foi realizada depuração das variáveis através do software DAGitty, a fim de destacar quais eram as mais importantes. A partir de então, foi realizada análise de regressão multivariada, gerando modelos estatísticos que permitiram a construção de algoritmo clínico, a partir de técnica de aprendizado de máquina, a árvore de decisão, a fim de desenvolver um método analítico preditivo que pôde ser convertido em regras de protocolo clínico. Resultados: Amostra composta por 135 pacientes, sendo 104 neuropatas e 31 do grupo controle. Quanto à evolução, 42 (31%) apresentaram complicações anestésicas e/ou cirúrgicas, sendo 10 (32%) do grupo controle e 32 (31%) do grupo de neuropatas. O tempo de vida na cirurgia foi um fator preditor de complicação, para os neuropatas (p < 0,04) e para o grupo controle (p=0,01). O tempo anestésico, também, foi fator preditor de complicação, para o grupo controle (p=0,02). O peso na cirurgia, também, foi fator preditor de complicação, para o grupo controle (p=0,02). O uso de nutrição parenteral foi fator preditor para complicação, para os neuropatas (p0,02), além de risco aumentado para óbito (RR(IC95%) = 1,71 (1,04; 2,82)). Assim, as variáveis com relevância estatística (p<0,05) que construíram a árvore de decisão foram: tempo de dieta otimizada em menos de 29 dias, idade maior que 58 dias, tempo de cirurgia maior que 115 minutos, peso menor que 3440 gramas e tempo de NPT menor que 1 dia. Além disso, nos pacientes do grupo controle, a confecção da válvula antirrefluxo no mesmo tempo cirúrgico, aumentou 5,5 vezes o risco de complicação [RR(IC95%) = 5,53 (1,40; 21,92)]. Conclusão: Gastrostomia em bebês neuropatas é um procedimento que pode levar a complicações e até mesmo ao óbito. A sua correta indicação com cuidados técnicos pode evitar complicações e efeitos adversos. Os fatores preditores de complicações encontrados foram: tempo de dieta otimizada, idade, tempo cirúrgico, peso e uso de nutrição parenteral.