Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Emygdio, Ana Paula Mendes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100136/tde-22042016-190752/
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Resumo: |
Há poucos estudos relacionados com a caracterização dos componentes biológicos presentes no material particulado atmosférico, chamados bioaerossóis. Esses componentes biológicos podem assumir uma relação direta com a deflagração de doenças e também estão relacionados com os processos climáticos, em especial como núcleos de formação de gelo. Dentre os bioaerossóis, foram estudados, neste trabalho, os fungos anemófilos, sendo os principais os Basidiomycota, Ascomycota e os Fungos mitospóricos. O objetivo desse trabalho foi estimar a contribuição dos aerossóis fúngicos para a composição biogênica do material particulado atmosférico da Região Metropolitana de São Paulo. Foram realizadas medidas em dois sítios: na Cidade Universitária e no Pico do Jaguará. Para isso, foram caracterizados os tipos fúngicos utilizando-se um microscópio ótico e estimada a massa dos aerossóis de origem fúngica utilizando-se biomarcadores. Foram realizadas coletas durante 2013, 2014 e 2015 com o amostrador Burkard 7-day Recording Sampler, sendo que em 2015 também foram realizadas coletas com filtros de quartzo com o amostrador Airmetrics MiniVol portable Sampler. Foram identificados e obtida a concentração dos tipos fúngicos observados na atmosfera da RMSP, sendo encontrados 39 grupos principais de fungos, sendo os principais os Basidiomycotas. A concentração média total foi de 5736 (± 2459) esporos/m³ por dia. Os Ascomycota, Basidiomycota e os fungos mitospóricos se correlacionaram com as variáveis meteorológicas de forma diferente. Observou-se variação da concentração de esporos durante os diferentes períodos do dia, sendo que a maior concentração de esporos ocorreu na madrugada, possivelmente devido às condições meteorológicas (elevada umidade e temperaturas mais amenas), contudo a concentração dos fungos mitospóricos foi maior durante o período da tarde, principalmente devido aos mecanismos de liberação de esporos. No verão e na primavera foram obtidas as maiores concentrações de Ascósporos e Basidiósporos e no inverno e outono foram obtidas as maiores concentrações dos fungos mitospóricos. Além disso, observou-se uma correlação positiva e significativa entre a concentração de esporos totais e o material particulado inalável (MP10), indicando que ambos são influenciados da mesma forma pelas variáveis meteorológicas e/ou tem uma fonte em comum, como por exemplo a ressuspensão da poeira do solo. O Arabitol, Manitol, Treitol e os esporos de fungos são positivamente correlacionados, indicando que os três açucares podem ser traçadores de esporos de fungos na atmosfera. Utilizando-se um fator de conversão proposto na literatura foi possível estimar que 2% da concentração do MP10 e 8% da concentração do OC estão associados aos esporos de fungos, indicando a importância dos esporos fúngicos. Com o uso de modelos receptores foram observadas 6 fontes para o MP10: queima de biomassa resultante de processos industriais; queima de biomassa resultante da queima da vegetação; aerossóis fúngicos; formação de aerossol secundário; ressuspensão do solo e emissão veicular. Esses resultados constituem um avanço para a pesquisa em bioaerossóis no Brasil, já que muitas dessas análises ainda não haviam sido realizadas em áreas urbanas no Brasil |