Problemas de saúde de trabalhadores  de enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Guimarães, Ana Lucia de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-03072014-094856/
Resumo: Os problemas de saúde dos trabalhadores de enfermagem, causados pela exposição às cargas de trabalho, manifestam-se por diferentes processos de desgastes. Estes, em última instância, refletem as condições de trabalho a que esses trabalhadores estão submetidos. Assim, este estudo teve como objetivo analisar os problemas de saúde dos trabalhadores de enfermagem hospitalares e os seus determinantes; identificando os problemas de saúde e suas consequências e verificando os indicadores propostos para o monitoramento da sua saúde. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, transversal e de abordagem quantitativa. O cenário do estudo foi constituído por unidades médicas e cirúrgicas de dois Hospitais de Ensino (H1 e H3) e um Hospital Universitário (H2) do município de São Paulo. A população do estudo foi composta por 459 trabalhadores de enfermagem. A coleta de dados foi realizada por meio do software Sistema de Monitoramento da Saúde do Trabalhador de Enfermagem (SIMOSTE), segundo os dados institucionais e dos trabalhadores; problemas de saúde relacionados ao trabalho e suas consequências. Os dados foram tratados segundo os indicadores do SIMOSTE e os resultados apresentados em tabelas, segundo as frequências absoluta e relativa e coeficientes de risco. Foram identificadas 970 notificações relacionadas ao trabalho no Sistema, em que a maioria é do sexo feminino (97,63%), está na faixa etária entre 30 e 39 anos (44,64%), pertencente à categoria de técnicos de enfermagem (47,01%), percebe um salário entre R$ 2.000 a R$3.001 (38,66%), tem mais de um vínculo de trabalho (41,96%) e tem vínculo de trabalho CLT (100,00%). Os trabalhadores das unidades médicas foram os que mais registraram notificações (71,03%). Os indicadores relativos à dinâmica institucional identificaram no H1 um coeficiente de 3,2 enfermeiros e 19,3 auxiliares e técnicos de enfermagem/100 leitos. A enfermagem representa entre 49,7% e 68,4% da força de trabalho dos hospitais, sendo que a equipe com maior número de enfermeiros está no H3 e a menor no H1. Os indicadores referentes aos problemas de saúde apontaram que as notificações (N=970) registraram 974 exposições às cargas de trabalho, que geraram 1.669 desgastes. As cargas biológicas foram as mais frequentes (CR=43,4/100 notificações), seguidas das fisiológicas (CR=33,4) e psíquicas (CR=17,1). A maioria dos desgastes gerados foi por exposição às cargas psíquicas (CR=72,3/100 notificações), seguidas das biológicas (CR=44,5) e fisiológicas (CR=39,9). As consequências desses desgastes representaram 4.161 dias de trabalhos perdidos com afastamentos, o que representa a perda de 11,4 anos de trabalho em apenas um. Verificou-se, ainda, que 56,9% dos dias perdidos foram registrados como licença médica; 42,9% afastamento por acidente de trabalho e 0,2% por falta, o que evidencia a subnotificação dos problemas de saúde como relacionados ao trabalho. Frente a esses resultados, é imperativa a necessidade de proposição de estratégias de prevenção, a fim de amenizar e reduzir os agravos à saúde dos trabalhadores de enfermagem. Para tanto, o SIMOSTE mostrou-se uma ferramenta adequada para a monitorizaçao da sua saúde dos trabalhadores de enfermagem.