Internação por tuberculose no século XXI: o caso do município de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Galesi, Vera Maria Neder
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-09022021-173957/
Resumo: Introdução. O tratamento da tuberculose atualmente se faz nos serviços ambulatoriais, ficando a internação para casos com maior gravidade ou problemas sociais. No MSP foram internados 2473 doentes em 2001. Objetivos. Determinar prevalência de internações e proporções de cura, em pacientes com tuberculose nos distritos de saúde do MSP em 2001, e analisar o motivo das internações e o perfil dos doentes hospitalizados. Metodologia. Utilizou-se dados do sistema de informação em tuberculose do Estado de São Paulo (EPI-TB). Calcularam-se indicadores de morbimortalidade para doentes internados. Tabelas de contingência foram construídas para análise da associação entre a internação e a cura com variáveis demográficas e aspectos clínicos do diagnóstico e tratamento, calculando-se Odds Ratio e sua significância. Foi construída regressão logística, utilizando STATA 7.0. Resultados e Discussão. Coeficiente de internação de 23,5‰. Coeficiente de mortalidade de 4,1‰. Taxa de letalidade de 17,5%. Prevalência de internação de 35,6 %, em moradores de rua 95%. Proporção de cura de 32% em internados, 72% em ambulatório. Indicadores de morbimortalidade no MSP bastante elevados, sendo que 47 % dos óbitos ocorreu em coinfectados. Foi construído indicador combinado, que permitiu classificar os distritos em três estratos de gravidade da situação de internação, com predominância de maior nível na região norte do MSP. O principal motivo de internação foi elucidação diagnóstica. A coinfecção TBIHIV entre internados foi de 32,7%. A análise multivariada mostrou que comorbidades aumentam a internação, principalmente AIDS (OR=6) e alcoolismo (OR=3,7); enquanto que a cura foi menor em crianças, idosos, retratamentos, casos descobertos em PS e hospitais e comorbidades, especialmente AIDS. Conclusões A situação dos doentes internados é complexa tanto do ponto de vista biológico quanto social. A organização dos hospitais não favorece o monitoramento de doentes crônicos, não esgotando medidas para que o doente se cure. Cabe às vigilâncias epidemiológicas desses hospitais estabelecer estratégias e fluxos para reverter este quadro preocupante para o controle da tuberculose, principalmente nos grandes centros urbanos.