Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Carrara, Bruna Sordi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-09082023-164135/
|
Resumo: |
Estigma com relação às pessoas com transtorno mental afeta a educação, emprego, acesso a cuidados, dificulta a capacidade de contribuição para a sociedade e funciona como barreira de acesso aos serviços de saúde, podendo afetar as chances de recuperação e reforçar atitudes e comportamentos negativos. A Atenção Primária à Saúde (APS) apresenta-se como local para incitar mudanças direcionadas ao estigma com relação às pessoas com transtorno mental, pois é um contexto que busca articular os desafios da Reforma Psiquiátrica com a responsabilização dos profissionais que atuam neste nível de atenção à saúde. Dessa forma, a integração entre saúde mental e APS pode cumprir papel importante na redução do estigma. Como membros das equipes de Saúde da Família (eSF), os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são trabalhadores de saúde que facilitam a relação entre os serviços e os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), pois pela proximidade que possuem com os usuários e famílias, desenvolvem comunicação interpessoal mais efetiva e com maior vínculo. No entanto, atitudes estigmatizantes com relação às pessoas com transtorno mental também existem entre os ACS. O objetivo do estudo foi construir, em conjunto com ACS, estratégias de redução de estigma com relação às pessoas com transtorno mental possíveis de implementação na APS. O estudo, descritivo-transversal e com abordagem mista de coleta de dados, foi desenvolvido com ACS de seis Unidades de Saúde da Família (USF) do município de Ribeirão Preto (SP), no período de 2019 a 2023, em três etapas de coletas de dados: 1) Aplicação da escala Opening Minds Scale para profissionais de saúde (OMS-HC); 2) Entrevistas individuais; 3) Construção de estratégias de redução de estigma. Cada etapa contou com uma amostra de ACS (1ª - 88 ACS; 2ª - 44 ACS; 3ª - 29 ACS). Na primeira etapa foi realizada análise descritiva dos dados, e na segunda e terceira etapas, análise temática de Braun e Clarke. Com a combinação de diferentes fontes de coleta de dados, foi realizada a triangulação dos dados para a análise final. O estudo identificou que os ACS têm atitudes estigmatizantes, mas não em grau elevado. A percepção dos ACS com relação às pessoas com transtorno mental revelou aspectos ambivalentes, pois apesar da presença do estigma em algumas crenças e atitudes e da expectativa em maior resolubilidade dos casos, os ACS têm um olhar mais próximo das realidades e contextos de vida e se reconhecem como protagonistas do cuidado em saúde mental. As estratégias de redução de estigma elaboradas estão em conformidade com o modelo psicossocial preconizado pela Reforma Psiquiátrica, pois o foco está na busca do desenvolvimento de habilidades (por meio de cursos e capacitações) que proporcionem, não apenas aos ACS, mas às equipes de Saúde da Família (eSF), a ampliação do cuidado e, aos usuários, maior participação e integração aos serviços de saúde (por meio de atividades em grupo). Observa-se a importância de investir em formações que privilegiem, além do reforço das tecnologias leves, movimentos de desconstrução de crenças e práticas de cuidado reprodutoras de um modelo de atenção que contribui com o processo de estigmatização das pessoas com transtorno mental. Ainda, o fortalecimento de políticas de saúde mental, como o matriciamento, é essencial para oportunizar processos de transformação nas práticas de cuidado e maior articulação entre os serviços de saúde. |