Estudo de coorte em pacientes com câncer de pulmão em não tabagistas e light-smokers: caracterização epidemiológica e genotípica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lopes, Anselmo Dantas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-21022024-162627/
Resumo: Introdução: A incidência de câncer de pulmão em não tabagistas e light-smokers tem aumentado ao redor do mundo. No Brasil há escassez de dados quanto à epidemiologia, fatores de risco e avaliação molecular desta subpopulação. Apresentamos aqui os resultados de um estudo de coorte prospetivo unicêntrico de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) em pacientes não tabagistas ou light-smokers. Objetivos: Caracterização clínica e epidemiológica da amostra; descrição das alterações genômicas detectadas e impacto de variáveis como sexo, grau deescolaridade, etnia, tabagismo, etilismo, histórico familiar, exposição a poluentes em ambiente fechado, uso prévio de fogão a lenha, presença de mutação guiadora e mutação identificada em gene EGFR sobre o prognóstico destes pacientes quanto á sobrevida global. Métodos: Recrutamos consecutivamente e de modo prospectivo pacientes com CPNPC não tabagistas (definido como pacientes que fumaram menos de 100 cigarros durante a vida toda) ou pacientes lightsmokers (aqueles que pararam de fumar há pelo menos 15 anos e tiveram carga tabágica total de no máximo 10 maços-ano). Dados epidemiológicos como tabagismo passivo, exposição a poluentes em ambiente fechado, histórico de câncer além de outros dados de interesse foram obtidos por questionários por meio de entrevista pessoal. Aplicação de inventário de sintomas do MD Anderson (MDASI) foi realizado para avaliar a intensidade de sintomas destes pacientes (score 0-10) além da avaliação de performance status de acordo com a escala do Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG). Características histopatológicas e moleculares disponíveis em prontuário também foram coletadas. Resultados: 120 pacientes foram recrutados (julho de 2018 a julho de 2022), sendo 75 pacientes do sexo feminino (62%) com idade mediana de 63 anos (30-94 anos). Do total, 109 eram não tabagistas (90%) e 59 eram caucasianos (49%). Exposição a poluentes ou tabagismo em ambiente fechado foi reportado em 83 pacientes (69%). Adenocarcinoma foi a histologia mais frequente (90%) e mutação ativadora de EGFR foi a principal alteração genômica detectada dos 108 pacientes submetidos à análise (44%). Sintomas de dor e fadiga além de interferência na atividade geral e no trabalho apresentaram as maiores pontuações pelo MDASI e ECOG 1 foi a performance status mais frequentemente reportada (48%). Nenhuma das características epidemiológicas e genotípicas avaliadas apresentou impacto quanto ao prognóstico. Conclusão: Nesta coorte enriquecida de pacientes do sexo feminino e caucasianos, adenocarcinoma foi a histologia mais frequente sendo a mutação em EGFR a alteração genômica mais comum. Estes achados podem estar relacionados aos fatores de exposição a carcinógenos aqui detectados, como exposição a poluição em ambientes fechados (fogão a lenha, tabagismo passivo ou mesmo poluição ambiental)