Genótipos e Fenótipos de Resistência a Metais Pesados e Agrotóxicos em Patógenos de Alto Risco em Saúde Única

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Vicente, Larissa Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-02092022-090704/
Resumo: As atividades industriais e de agronegócio, embora necessárias para o desenvolvimento da sociedade, tem causado sérios problemas ambientais devido à eliminação inadequada de seus efluentes, sendo o tratamento destes um dos assuntos mais importantes em relação ao controle de poluição. Os microrganismos podem ser utilizados como biomarcadores de contaminação, portanto, o conhecimento de mecanismos associados à resistência e a capacidade de imobilização e biotransformação de poluentes é um fator importante para a identificação de linhagens adaptadas, que podem ser eficientes no tratamento e na recuperação de áreas contaminadas. O objetivo do presente projeto foi avaliar o perfil de tolerância de patógenos bacterianos de alto risco em saúde única, aos metais pesados (mercúrio, prata, telúrio e arsênio) e ao agrotóxico glifosato; identificando o resistoma associado. A correlação fenótipo-genótipo foi avaliada em isolados de Klebsiella pneumoniae (n= 35), Escherichia coli (n=46), e Salmonella spp. (n=19), determinando a CIM pelo método de microdiluição, e analisando as respectivas sequências genômicas. Entre os isolados de K. pneumoniae, 32 cepas apresentaram CIM elevadas (64- 512µg/mL) para o metal prata, dos quais 20 carregam o operon silPABCRSE responsável por conferir resistência. Uma cepa de K. pneumoniae carregando genes terABCE apresentou uma CIM de 64 µg/mL para telúrio. Seis cepas de E. coli apresentaram uma CIM >32 µg/mL para telúrio, sendo que 3 cepas carregam os genes tehA/B. Outras 6 cepas de E. coli apresentaram CIM para prata de 256-512 µg/mL, mas só duas carregaram genes silPFCE. Duas cepas de Salmonella apresentaram CIM 64-128 µg/mL para telúrio, e carregam genes tehA/B e terABCDEF. Em relação ao arsênio, 24 cepas de E. coli apresentaram uma CIM ≥ 512 µg/mL, e destas, 12 cepas carregam os genes arsRBC. Salmonella spp., que carregam o gene merR apresentaram CIMs de 8-16 µg/mL para mercúrio. Não foi possível correlacionar a presença do operon phnC-P (sugerido como responsável pela tolerância ao glifosato) com CIMs elevadas para este composto. Os resultados obtidos suportam a hipóteses que a exposição de bactérias de origem humana, animal e ambiental, aos metais pesados pode estar contribuindo para a seleção de linhagens tolerantes, sendo que a tolerância à prata mediada pelo operon silPABCRSE em K. pneumoniae foi predominante no grupo clonal CG258, característica com potencial de biomarcador que pode ser utilizado para monitorar o impacto do uso deste metal nas diferentes atividades humanas. Neste trabalho foi possível padronizar a técnica de PCR com os genes do operon sil de interesse.