Rosa aurilavrada: figurações da utopia em A Rosa do Povo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Oliveira, Marcelo Freitas Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-13052014-104933/
Resumo: Este estudo busca evidenciar a natureza utópica de A Rosa do Povo, explorando algumas das tensões que envolvem o processo de constituição do sujeito lírico, dentre as quais destaco: a problemática da projeção do sujeito para o espaço público da rua, em poemas que se tornam longos para dar lugar às diferentes vozes da coletividade, face ao resguardo de certa autonomia descompromissada do eu poético; as relações entre lírica e sociedade, diante das exigências político-sociais da década de 1940. Essas tensões são lidas sob o enfoque do conceito da utopia, que possibilita verificar, em cada poema analisado, uma mensagem poética específica, a um só tempo crítica e esperançosa. Ainda que cada composição seja lida como fragmento autônomo, os poemas também se articulam no conjunto da obra, simbolizada pela rosa. A interpretação dessa imagem, que se repete ao longo do livro e condensa a sua multiplicidade temática, permite ao leitor uma visão do todo. Procuramos demonstrar como esse processo de construção poética acaba por evidenciar também o uso simbólico de operações alquímicas, de modo que se possa compreender a obra como uma espécie de utopia alquimista, inserida que está num processo ininterrupto de materialização e desconstrução do canto, a refletir a concepção drummondiana acerca da precariedade do poético.