Estudo dos componentes de síndrome metabólica como fator de risco para complicações crônicas em portadores de hipertensão arterial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Rigotti, Ariane Ranzani
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-16112010-092924/
Resumo: A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular, usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. Hipertensos com SM apresentam alta prevalência de lesões de órgãos-alvo e amplificação dos riscos cardiovasculares, com impacto prognóstico adverso. Este estudo descritivo, desenvolvido na Unidade Mista de Saúde de um município do interior paulista, teve como objetivo identificar os componentes de SM entre portadores de hipertensão arterial sistêmica e comparar a ocorrência dos fatores de risco associados à SM na população hipertensa e normotensa. Os aspectos adotados para a definição de SM foram os definidos pelo National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III). As variáveis investigadas foram os dados sócio-demográficos, os valores de pressão arterial, cintura abdominal, glicemia, HDL colesterol e triglicerídeos plasmáticos. As análises descritivas, com cálculo de freqüências absolutas e porcentagens, foram realizadas por meio do pacote estatístico SPSS, versão 15.0. Utilizou-se o teste t de Student para comparações das médias dos dados quantitativos. Os resultados foram expressos como médias ± erros padrões das médias, e as diferenças consideradas estatisticamente significantes para p<0,05. A amostra foi composta por 261 participantes, classificados em normotensos (35,6%) e hipertensos (64,4%). A maioria dos participantes é do sexo feminino (70,5%), natural do estado de São Paulo (72,4%), de cor branca (78,5%), analfabeta funcional (49,8%), vive com companheiro (66,7%) e possui antecedentes familiares de doenças cardiovasculares (75,1%). A média de idade foi de 49 anos para o grupo normotenso e 58,8 anos para o grupo hipertenso. A SM esteve presente em 119 indivíduos, representando uma prevalência global de 45,6%. Identificamos a presença de SM em 60,7% dos hipertensos e em 18,3% dos normotensos. Comparado ao grupo normotenso, os portadores de hipertensão arterial apresentam, além da elevação da pressão arterial sistólica (p<0,001) e diastólica (p<0,001), diferença significante nos valores de circunferência abdominal (p<0,001), glicose (p<0,05) e triglicérides (p<0,05). Valor aumentado de circunferência abdominal foi o fator prevalente na amostra global e entre os portadores de hipertensão arterial. Em ambos os grupos, indivíduos do sexo feminino apresentam maior percentual de ocorrência de todos os componentes da SM. Considerando a combinação dos componentes da SM, ambos os grupos apresentaram como elementos mais frequentes baixos níveis de HDL-C + hipertrigliceridemia + obesidade abdominal. Conclui-se que a frequência dos riscos cardiometabólicos associados à SM é maior na presença de doença hipertensiva. Indivíduos que apresentam SM compartilham aspectos fisiopatológicos de alto risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.