Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Denis Robson |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100134/tde-23022019-154246/
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Resumo: |
A finalidade dessa pesquisa foi pensar no contexto complexo de conflitos em torno da conservação dos sócios-ecossistemas da Terra a função estratégica que vem ocupando por milênios o modo de ser indígena na reprodução e conservação das florestas. Seu modo de ser com a floresta inclui uma forma de manejo no qual a reproduz em todas as suas características essenciais. Embora, esse tipo de manejo encontrar-se imbricado na composição e funcionamento das florestas tropicais, constituindo-se desse modo num elemento essencial e eficaz na formação e na compreensão das paisagens que resultam dessa conexão. Tal manejo encontra-se, não obstante diversas descobertas das teorias antropogênicas sobre sua importância, ainda profundamente invisibilizado na nossa sociedade, pelas teorias e políticas da conservação do meio ambiente no Brasil. Foi realizada uma pesquisa de campo com os Guarani da tekoa Peguao Ty, Sete Barras, São Paulo, sociedade indígena originária da Mata Atlântica, no sentido de compreender melhor essa relação indígena com as florestas. Diante da situação de conflito em que a comunidade se encontra, devido à sobreposição de uma Unidade de Conservação Integral sobre seu território, e a complexidade exigida na compreensão do seu modo de ser com a floresta, optou-se por adotar estratégias de acesso ao seu ponto de vista, inspirados nas metodologias e abordagens da pesquisa-ação participante transdisciplinar. Essa interação entre pesquisa e comunidade explicitou não só um modo próprio de conceberem e se relacionarem com as florestas como também um conflito latente entre seu modo de ser e o ponto de vista dos atores envolvidos, representado principalmente, segundo os Guarani, pela Unidade de Conservação Integral que move contra eles um processo jurídico para expulsá-los do local e pelos pesquisadores que os acusam de gerarem impactos destrutivos na natureza. Ao aproximar-se melhor da questão a pesquisa revelou estar nesse conflito imbricado além do processo histórico de expropriação das sociedades indígenas, uma diferença radical entre o modo de ser indígena fundado nas trocas de perspectivas com as florestas e o modo de pensar metafísico ocidental, que reduz previamente o ser da floresta, suas sociedades originárias e toda complexidade de suas manifestações, a objetos perscrutáveis ou utilizáveis, reduzindo-os às formas empobrecidas de simples recursos naturais ou matérias-primas para delas se servirem a interesses exclusivos, procurando tornar nulo o valor das florestas e as sociedades das florestas. Essa diferença ontológica se radicaliza quando são confrontadas com a necessidade de conservação e recuperação das florestas e outros domínios naturais num território em disputa. A não compreensão da radicalidade dessa diferença tem impedido um conhecimento mais aprofundado do modo de ser indígena com as florestas os quais por meio de sua cosmogenia tem co-produzido e conservado a pujança das florestas tropicais que ainda exibem até hoje, e ao mesmo tempo tem impedido refletir com mais rigor sobre a profunda ignorância do outro manifestado por um conhecimento que se supõe, apesar de suas evidentes limitações, como saber válido universal |