A Odontologia hospitalar nos hospitais públicos vinculados a secretaria do estado da saúde de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Bezinelli, Letícia Mello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23148/tde-18092014-135246/
Resumo: A atenção odontológica tem sido tradicionalmente realizada em consultórios. Aos hospitais a prática mais comum é reservada ao atendimento cirúrgico bucomaxilofacial ou procedimentos que necessitam de anestesia geral. Entretanto, a atuação do Cirurgião-Dentista em âmbito hospitalar vai além. O Odontólogo deve ter foco no cuidado ao paciente cuja doença sistêmica possa ser fator de risco para agravamento e ou instalação de doença bucal, ou cuja doença bucal possa ser fator de risco para agravamento e ou instalação de doença sistêmica. (Silva-Lovato et al., 2009; Manual de Odontologia Hospitalar, 2012). O Estado de São Paulo conta com uma ampla rede de serviços hospitalares próprios. Embora os resultados dos últimos anos comprovem o maior acesso da população a rede hospitalar pública do Estado de São Paulo, com aumento no número de atendimentos a pacientes internados, maior quantidade de cirurgias e de procedimentos complexos realizados (Mendes, Bittar, 2010), não há dados públicos concretos comprovando a atuação do Cirurgião- Dentista nesse contexto. Por outro lado, estudos e experiências em hospitais têm mostrado que a inserção do Cirurgião-Dentista na equipe multiprofissional de atendimento ao paciente sob internação contribui para minimizar o risco de infecção, melhorar a qualidade de vida, reduzir o tempo de internação, diminuir a quantidade de prescrição de medicamentos e a indicação de nutrição parenteral, além de promover um atendimento completo ao paciente. (Sonis et al., 2001; Sonis et al., 2004; Morais et al., 2006; Vera-Llonch et al., 2007; Eduardo et al., 2008; Bezinelli et al., 2013). Nosso trabalho trata-se de um estudo transversal com o objetivo de caracterizar o serviço de Odontologia dentro dos hospitais públicos veiculados a Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo. Para tanto foram coletados dados do Programa Sorria Mais São Paulo e do CNES de 62 hospitais de diferentes formatos de gestão: direta, indireta e autarquia e/ou fundação. Os resultados mostraram que dos hospitais de administração indireta (n=30), 9 possuem o Cirurgião-Dentista na equipe multiprofissional, sendo 33% desses voltados ao atendimento odontológico dos funcionários do Hospital, 33% pertencem ao serviço de Cirurgia Buco Maxilo Facial e 44% apresentam um serviço de odontologia ao paciente com comprometimento sistêmico, tanto internado como em âmbito ambulatorial. Nos hospitais de administração direta (n=24), 20 apresentam no corpo clínico o Cirurgião-Dentista, sendo que 25% estão no atendimento do funcionário do hospital, 65% no serviço de Cirurgia Buco Maxilo Facial e 45% no atendimento ao paciente internado ou em âmbito ambulatorial que apresenta comprometimento sistêmico. Nos hospitais ligados as universidades estaduais (n=8), 75% possuem o serviço de Buco Maxilo Facial e 75% o de atendimento ao paciente internado ou em âmbito ambulatorial que apresenta comprometimento sistêmico. Os resultados mostram também que há 36% menos Cirurgiões-Dentistas atuando nos hospitais quando comparado os dados coletados in loco (Programa Sorria Mais São Paulo) com os disponíveis no CNES. No presente trabalho o investimento para a montagem do serviço de odontologia hospitalar é cerca de R$ 98.626,00 e o custeio mensal é de R$ 29.540,00. Pelo trabalho desenvolvido é possível concluir: que hospitais veiculados a SES são heterogênos. Há diferenças quanto ao formato de gestão e administração, tamanho, complexidade, especialidades médicas presentes, demanda atendida. A maioria dos serviços de odontologia dentro do hospital é de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial e não possuem atendimento odontológico ao paciente no leito que apresenta comprometimento sistêmico. O CNES não apresenta a realidade da atuação do Cirurgião-Dentista dentro do hospital e o custo não é fator limitante para a para implantação e manutenção de um serviço de Odontologia Hospitalar.