Gestão de custos interorganizacionais em organizações cooperativas e investor-owned firms - IOFs no setor de cafeicultura no Brasil 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Duarte, Sérgio Lemos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-14062017-104903/
Resumo: As relações interorganizacionais, em seu contexto mais específico da gestão de custos interorganizacionais (GCI), geram aos participantes dificuldades quanto à falta de confiança, ao modo como os benefícios serão compartilhados, se as informações são verídicas, entre outros problemas. No âmbito das pesquisas interorganizacionais, o ambiente competitivo de Investor-owend Firms (IOFs) tem se favorecido. Nesse contexto, a pesquisa nas relações com as cooperativas pode favorecer tanto a literatura da GCI, quanto ajudar no segmento cooperativo agrícola, que tem perdido produtos para IOFs dos seus cooperados. Nessa visão, a pesquisa tem como objetivo verificar se e como se estabelece a configuração da GCI nas cooperativas e IOFs da cadeia de valor do café, comparando-as e relacionando as variáveis já discutidas na literatura de GCI, com a base teórica da ECT, enfoque desta tese. Utilizou-se a pesquisa qualitativa, com entrevistas semiestruturada, individuais, com produtores rurais, representantes de cooperativas e IOFs, que comercializem café e tenham relação direta, delimitados geograficamente no estado de São Paulo e Minas Gerais. Foi realizado um pré-teste, com um produtor rural, uma cooperativa e uma IOF, para validação das questões da entrevista. Posteriormente, realizou-se a análise de similitude pelo software IRAMUTEQ, confirmando as variáveis e abrindo a possibilidade de estudar uma variável nova (fidelidade comercial) não contemplada na literatura interorganizacional. Realizadas as entrevistas, com as novas questões inseridas, um total de 21 para produtores e 21 para cooperativas e IOFs, as respostas foram transcritas, utilizando o software Atlas TI para a contagem e as variações das palavras, conferindo quais estavam relacionadas com cada uma das variáveis para, assim, organizar e fazer a análise de conteúdo. Como resultado, identificou-se a relação das variáveis de GCI e ECT entre elas, dado a qualidade-funcionalidade no âmbito cafeeiro não limitar o preço pago ao produtor rural, que utiliza a qualidade-funcionalidade para aumentar o preço e o mercado futuro para minimização da incerteza na oscilação do mercado. Percebeu-se a prática do OBA na relação unilateral produtor-cooperativa, com informações acerca da qualidade e produção e também de forma unilateral, verificando que os benefícios, a cooperação e a (inter)-dependência ocorriam nesta relação. Na variável (inter)-dependência, notou-se, pelos relatos dos produtores, a utilização da venda de insumos e armazenagem na cooperativa de forma oportunista, fazendo com que o produtor tenha que manter a estabilidade da relação, para poder ter os benefícios oferecidos pela cooperativa e não arcar com taxas da retirada do café, percebendo também a falta de visão dos produtores quanto aos resultados futuros das compras com trocas de café. Ainda na prática do OBA, evidenciou-se a ocorrência de forma indireta, com informações sobre os custos dos produtores rurais, pelo programa EDUCAMPO, repassados à cooperativa. No comparativo das duas relações produtor-cooperativa e produtor-IOF, a prática da GCI é mais favorável nas cooperativas com os produtores, também no tipo de cadeia, contrariando a literatura que evidenciava essa relação ser mais democrática, sendo que, pela pesquisa, verificou-se ser mais tipificada do principal a familiar. Também nos ativos específicos, verificou-se que as cooperativas oferecem mais especificidades que as IOFs, a ponto de o produtor rural gerar uma fidelidade comercial de forma não exclusiva.