Percepção de dor em peixes ósseos: ação de fatores morfofisiológicos e moleculares.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Conrado, André Luiz Veiga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42134/tde-22082023-110920/
Resumo: A dor em Peixes ainda é um dogma dentro da Ciência, com críticas à sua neuroanatomia e pela dificuldade de interpretação das reações aos estímulos dolorosos neste grupo de animais. Além disso, as consequências e respostas fisiológicas desencadeadas podem ser de diferentes intensidades no organismo dos peixes, com ações em nível molecular, celular e tecidual. Desta forma, objetivou-se estudar ferramentas para detectar a percepção de dor em peixes. Para tanto foram utilizadas carpas-koi Cyprinus carpio anestesiadas por imersão em banhos anestésicos à base de benzocaína nas concentrações de 70, 10 e 130 mg.L-1 (grupos B70, B100 e B130) e de eugenol nas concentrações de 20, 40 e 60 mg.L-1 (grupos E20, E40 e E60) seguida de preensão da nadadeira caudal por um minuto. O grupo controle não foi anestesiado, sendo apenas manipulado para coleta de sangue. Foram avaliadas as frequências cardíaca e respiratória antes e após o estímulo doloroso, glicemia sérica, além do hemograma completo, níveis plasmáticos de cortisol e da expressão gênica de hsp70 nas células sanguíneas. Observou-se que carpas-koi dos grupos B100 e E40 apresentaram menores valores de frequência cardíaca antes, e após estímulo doloroso (p<0,05), menores níveis de glicemia sérica (p<0.05) e alterações hematológicas, porém os valores de cortisol plasmáticos variaram de forma não linear (p>0.05), com o grupo B100 com os valores mais elevados dentre os grupos anestesiados com benzocaína. A análise da expressão de hsp70 em células sanguíneas se mostrou eficiente para detecção primária da defesa do organismo diante da dor. Todos os peixes anestesiados com benzocaína reduziram a expressão de hsp70, também observado em carpas-koi do grupo E40 (p<0,0003). Conclui-se que as ferramentas utilizadas para monitoração e a análise hematológica indiretamente fornecem informações sobre a percepção de dor em peixes, como também fatores moleculares.