O conceito de gene e a biopolítica (1900-1980)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lopes, Sergio Amadeus Leon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-29012024-172847/
Resumo: Nos conformes da concepção dos estilos de pensamento, originalmente proposta por Ludwik Fleck (1896-1961), uma relação de saber constitui-se como uma relação entre um objeto e um coletivo, de modo que, embora cada disciplina especializada possua predicados singulares, parcela de suas operações pode ser remetida a ideias e a padrões oriundos de outras comunidades científicas ou mesmo a formas de compreensão advindas do conjunto da sociedade. Nesse sentido, a genética afigura-se como oportuno campo de investigação dessa relação entre o saber científico e os seus condicionantes no mundo social, uma vez que a disciplina trabalha diversas questões limiares da sociedade, especialmente no mundo contemporâneo que é reiteradamente pensado em termos biopolíticos, marcado por uma crescente tradutibilidade entre a política e a vida. No estudo do gene, conceito central da genética firmado por Wilhelm Johannsen (1857-1927) no começo do século XX, permite-se, portanto, buscar compreender como as variações de um conceito técnico, diversas vezes reelaborado desde a sua formulação inicial, estão relacionadas com as mudanças no estilo de pensamento e no panorama biopolítico da sociedade. Mediante a reconstituição dos consensos acerca do gene, e usados os dissensos como evidência de vinculação a fatores políticos e sociais, trata-se de uma investigação dos cruzamentos entre a ciência e a biopolítica, o que direciona a uma ponderação, por um lado, dos efeitos da sociedade no estilo da ciência e, por outro lado, dos efeitos e das apropriações da ciência no mundo social.