Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Sepúlveda, Kareen Nicole Andrade |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23156/tde-16022021-170924/
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Resumo: |
Estudos têm concluído que infecções dentais como periodontite apical (AP) podem potencializar a patogênese de doenças sistêmicas. A cardiomiopatia dilatada (CMD) é uma condição que afeta a função do miocárdio, dificultando que o coração funcione eficientemente como uma bomba. Existem estudos correlacionando as infecções endodônticas com doenças cardíacas, associando o papel do processo inflamatório e infeccioso endodôntico no desenvolvimento delas, mas não há estudos que avaliem a relação existente entre estas infecções com CMD. O objetivo do trabalho foi avaliar a influência da periodontite apical crônica no desenvolvimento de cardiomiopatia-induzida em ratos medindo o estresse oxidativo e a atividade das enzimas antioxidantes. Quarenta e dois ratos Wistar foram divididos em 4 grupos: Grupo Controle (C) (n=3): sem AP e sem cardiomiopatia-induzida; Grupo AP (n=10): com AP e sem cardiomiopatia-induzida; Grupo CM (n=12): sem AP e com cardiomiopatia-induzida; Grupo APCM (n=17): com AP e com cardiomiopatiainduzida. A AP foi obtida por meio da exposição pulpar dos molares maxilares à cavidade oral por 30 dias. Posteriormente, a CMD foi induzida seguindo a metodologia de O\'Connell et al., (2017) usando a indução de \"curto prazo\". Os animais receberam Doxorrubicina (2,5mg/kg/dose) aplicada em 5 injeções intraperitoneais num período de 2 semanas (dose acumulativa total 12,5mg/kg), os animais do grupo controle e do grupo AP receberam solução salina (0,9% NaCl). Trinta dias após o início da indução da CMD, os animais foram eutanasiados por decapitação através de guilhotina. Para constatar a presença de lesão periapical, as maxilas foram removidas cirurgicamente, dissecadas, fixadas e desmineralizadas para posteriormente serem incluídas e preparadas para análise histológica sob microscopia ótica. Os corações foram coletados, pesados, e imediatamente armazenados para posteriormente realizar a análise bioquímica de peroxidação lipídica (MDA) e de atividade das enzimas antioxidantes (CAT, GPx e SOD). O teste Shapiro-Wilk foi utilizado para determinar a normalidade das amostras; seguido do teste ANOVA de 1 fator com o teste de comparações múltiplas de Bonferroni com um nível de significância de 5%. A peroxidação lipídica aumentou significativamente no grupo APCM com respeito a todos os outros grupos, seguido do grupo CM que teve diferença estatística somente com o grupo AP. No que se refere à enzima antioxidante, os menores valores de atividade foram obtidos no grupo APCM com diferença estatística ao grupo CM. Considerando que os níveis sistêmicos de citocinas e de estresse oxidativo são maiores na presença de AP, e que estes aumentam mais em casos de doenças sistêmicas, provavelmente uma disseminação metastática de produtos da inflamação estariam afetando o tecido miocárdico piorando as condições de CMD no grupo APCM refletindo-se pelo aumento da peroxidação lipídica. Os menores valores da atividade enzimática no grupo APCM pode ser devido a uma depleção nos níveis destas enzimas e/ou na inativação delas por causa de uma maior severidade do dano no miocárdio. Com base nos resultados, conclui-se que a periodontite apical crônica influencia no desenvolvimento de cardiomiopatia-induzida em ratos, através de um aumento do estresse oxidativo e alteração da atividade das enzimas antioxidantes no tecido ventricular. |