Interjeições de assombro e de estranheza no português paulistano e macaense: um contexto pragmático e de afetividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Guerra, Alexandre Yuri Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-26102017-155416/
Resumo: Este trabalho apresenta um estudo sobre interjeições em viés funcionalista através de uma análise comparativa dos usos linguísticos de expressões de assombro e de estranheza do português paulistano em relação ao português macaense. A decisão teórico-metodológica ampara-se na Linguística Centrada no Uso, na linha cognitivo-funcional, estudada por meio das obras de Heine, Claudi e Hünnemeyer (1991), Tomasello (2003), Gonçalves, Lima-Hernandes e Casseb-Galvão (2007), Givón (2009), dentre outros autores. Este campo teórico tem como âmago a preocupação em lidar com dados que preservem os contextos de produção de uso. Distinguir entre expressões de assombro e de estranheza não é uma tarefa fácil nem em dicionários e nem em gramáticas. É até mesmo impossível, atualmente, afirmar com certeza tal distinção pela ausência de investigação mais a fundo da pragmática e dos processamentos mentais envolvidos em conjunto com as produções linguísticas. O objetivo geral do estudo é o de introduzir uma nova pesquisa sobre interjeições ao verificar se existem diferenças nos usos de expressões interjetivas entre as duas variedades investigadas, indagando a questão da marginalidade dessa classe de palavras entre gramáticos e linguistas. Os dados para a investigação partiram de dois materiais. O primeiro corpus é constituído por registros audiovisuais oriundos de filmes paulistanos coletados por Guerra (2011) e de inquéritos realizados por Lima-Hernandes et alii (2012) e Rodrigues (2013). As expressões interjetivas presentes nestes materiais são comparadas com um segundo corpus composto por usos linguísticos manifestados por macaenses, falantes de língua materna cantonesa e portuguesa, registrados em gravações de teatro, conversas informais e entrevistas em programas televisivos e de rádio da península. Interjeições são preponderantemente de ordem pragmática, pois os seus significados derivam quase que exclusivamente da entonação do falante e do contexto em que se inserem. Apesar da pouca atenção recebida por gramáticos e linguistas, são estratégias comunicativas utilizadas fartamente em nosso cotidiano e, portanto, representam uma rica fonte de investigação.