Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Amorim, Marília Bezerra |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde-14082024-112957/
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Resumo: |
O presente trabalho aborda o conforto ambiental em comunidades quilombolas de Alcântara/MA, focando em duas comunidades tradicionais e duas agrovilas. Na década de 1980, mais de 300 famílias foram compulsoriamente deslocadas de seus territórios ancestrais para sete agrovilas construídas pela Aeronáutica, devido à instalação de uma base de lançamento de foguetes. As agrovilas foram locadas distantes do mar e apresentam uma dinâmica e disposição espacial diferentes das comunidades tradicionais. O estudo visa analisar as diferenças de conforto ambiental entre esses dois cenários, das comunidades tradicionais e das agrovilas, considerando as perspectivas dos moradores. O trabalho aborda os mecanismos históricos que permeiam a vida dessas pessoas e sua resistência atemporal, fornecendo um breve histórico sobre os quilombos de Alcântara, com uma linha do tempo dos fatos que pontuam esse conflito com a base de lançamento. Também são apresentados os fundamentos de conforto ambiental, suas normas técnicas e como o tema tem se relacionado ao meio rural. Os temas de colonialidade e racismo são abordados e permeiam os demais assuntos. A metodologia empregada incluiu a aplicação de um questionário de conforto ambiental, além de observações externas quanto à materialidade, composição das casas e outros fenômenos associados ao tema. Para fundamentar a análise, foram realizadas medições de parâmetros ambientais, como temperatura, umidade relativa, velocidade do ar, nível de pressão sonora e iluminância. Os resultados da pesquisa apontaram para diferenças na percepção de conforto ambiental entre as comunidades tradicionais e as agrovilas. Nas comunidades tradicionais, os moradores relataram menores valores de percepção de frio e calor, apontando para uma maior sensação de conforto do que o observado nas agrovilas. Há também uma maior adequação das habitações das comunidades tradicionais às condições climáticas locais, o que está associado à organização espacial que facilita a ventilação e iluminação natural e o uso de materiais de construção mais adaptados ao clima da região. Além disso, algumas casas nas agrovilas estão dispostas de forma desfavorável à luz natural e ao fluxo de ar, contribuindo para um ambiente interno menos confortável. As condições enfrentadas pelas agrovilas podem ter influência do afastamento delas em relação ao mar, o que limita o acesso à brisa marinha, um importante fator de conforto climático na região. A conclusão ressalta que a reorganização compulsória dos espaços nas agrovilas, além de desconsiderar as tradições arquitetônicas locais, resultou em impactos negativos no conforto ambiental percebido pelos moradores. As comunidades tradicionais, em contraste, mantiveram uma configuração espacial mais alinhada às necessidades culturais e climáticas dos seus moradores. |