Viabilidade econômica e localização de unidades produtoras de farinha de milho para utilização em mistura com o trigo no Estado de São Paulo

• Ano de defesa: 1982
• Autor(a) principal: Almeida, Laura Aparecida Savitci Brochado de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: FARINHA DE MILHO; INDÚSTRIA DE ALIMENTOS; LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL; TRIGO; VIABILIDADE ECONÔMICA
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20231122-100515/

O presente trabalho refere-se ao estudo de viabilidade econômica e localização de unidades produtoras de farinha de milho integral e desengordurada (FMID), para utilização em mistura com o trigo, no Estado de São Paulo. A mistura de FMID e trigo, do ponto de vista técnico nutricional, tem sua eficácia comprovada com pesquisas realizadas pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, ao ser utilizada na proporção de 25% e 75% respectivamente. A produção de uma nova farinha mista vem atender as atuais necessidades de nutrição, maior disponibilidade de produtos a menores preços no mercado interno, bem como a redução na evasão de divisas do País. Analisou-se a viabilidade econômica de cinco unidades fabris de diferentes capacidades de produção, ou seja, 50 t, 100 t, 200 t, 500 t e 1.000 t, de milho a serem processadas por dia, durante três turnos diários e 260 dias ano. Para isso utilizou-se da estrutura de custo e receita e da taxa interna de retorno a qual foi completada por uma análise de sensibilidade. Os dados básicos foram obtidos junto ao Instituto de Tecnologia de Alimentos - ITAL e referem-se a janeiro de 1981. As fábricas com capacidade de 100 t, 200 t, 500 t e 1.000 t por dia foram consideradas viáveis porque apresentaram taxas internas de retorno anuais de 15,31%, 33,67%, 47,52%, 59,19%, respectivamente, superiores a taxa real de juros estipulada pelo BNDE em 8% ao ano. A análise de sensibilidade evidencia como itens mais relevantes no custo em todas as fábricas viáveis, a matéria-prima e mão-de-obra. Para o estudo de localização utilizou-se da programação linear mista com variáveis binárias utilizando-se o algoritmo de fluxo de custo mínimo, aplicado sobre uma rede de “transhipment”. Adotou-se o enfoque de estudo de cenários ou alternativas de localização para tornar o problema a um tamanho manejável. Pelos resultados obtidos a alternativa de localização que melhor minimiza os custos de coleta do milho, processamento e distribuição aos moinhos de trigo, é a que se refere à instalação de uma fábrica de 1.000 t/dia em São Paulo, 500 t/dia em Santos e 500 t/dia em Campinas. A diferença de custo total (coleta, processamento e distribuição) entre as primeiras classificadas é pequena e entre elas estão presentes tanto alternativas com poucas fábricas grandes como alternativas com muitas fábricas pequenas, havendo sempre uma compensação entre os custos de transporte e de processamento. Ficou evidente, porém, que o importante é adotar a localização que evite a duplicidade de percurso. Do ponto de vista social, a instalação de um maior número de fábricas pequenas seria preferível à instalação de poucas fábricas grandes. Dessa forma, a pequena diferença de custos anteriormente referida, permite indicar alternativas de localização que apresentem menores custos aliados a um maior bem estar social. Uma melhoria no sistema ferroviário reduziria os custos de transporte e, por conseguinte o custo do produto final, ao evitar que as dificuldades inerentes ao sistema, proporcione uma maior preferência pelo transporte rodoviário mesmo com fretes mais elevados. Incrementos na produção de milho principalmente junto às áreas potenciais à instalação das fábricas de FMID poderiam reduzir o custo de transporte e possibilitaria a localização dessas fábricas, de forma mais econômica junto aos centros produtores, do Estado de São Paulo, proporcionando um desenvolvimento menos concentrado no Estado.