Determinação de éteres de difenilas polibromadas (PBDEs) em alimentos comercializados no Brasil empregando microextração em sorvente empacotado (MEPS) e estimativa da ingestão diária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Marilia Cristina Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60134/tde-27052019-114352/
Resumo: Éteres de difenilas polibromadas (PBDEs) são compostos classificados com retardantes de chama e são poluentes orgânicos persistentes. Estes compostos são utilizados em diversos produtos para aumentar a resistência ao fogo e a altas temperaturas. Os potenciais efeitos à saúde humana, após exposição aos PBDEs têm se tornado uma grande preocupação devido ao aumento das concentrações de PBDE no ambiente. A dieta é considerada a mais importante fonte de exposição aos PBDEs, e as amostras de alimentos devem ser monitoradas para verificar os níveis de contaminação. No entanto, a determinação rotineira desses contaminantes em amostras complexas, como os alimentos, requer um método simples, rápido e com sensibilidade compatível com as baixas concentrações encontradas. Diante do exposto, este estudo propõem um novo método combinando microextração em sorvente empacotado (MEPS) e cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas para determinação de 7 congêneres de PBDEs (BDE-28, BDE-47, BDE-99, BDE-100, BDE-153, BDE-154, e BDE-183) em amostras de alimentos de origem animal e com alto teor lipídico, incluindo ovo, peixe, frutos do mar, e leite. O método proposto apresenta as eguintes vantagens: (i)- Reduz a quantidade de amostra requerida nas análises (50 e 100 mg de amostra liofilizada); (ii)- Reduz o consumo de solvente; (iii)- Melhora os limites de deteção (0,42 ng/g de lipídio para ovo, 0,27 ng/g de peixe fresco, e 0,26 ng/g de leite fresco), e IV- Apresenta excelente reprodutibilidade e repetibilidade, altos valores de recuperação sem de efeito matriz. Após a etapa de validação analítica, o método foi aplicado em 123 amostras das diversas matrizes em estudo. O BDE-47 foi o congênere que apresentou maior porcentagem de detecção entre todos os PBDEs analisados. O somatório das médias das concentrações (?PBDEs) de todos os congêneres analisados foi de 18,1 ng/g de lipídio para as amostras de ovos, 26,4 ng/g de peixe fresco, 25,6 ng/g de frutos do mar fresco, e 39,9 ng/g de leite fresco. As concentrações encontradas neste estudo foram maiores que os encontrados em países Europeus e Estados Unidos. Baseado nisto, este estudo sugere que as altas concentrações encontradas podem ser justificadas pela ausência de legislação no Brasil quanto ao uso de PBDEs e quantidade máxima permitida em alimentos e amostras ambientais. A partir dos resultados obtidos das concentrações de PBDEs nas amostras e do consumo médio do alimento no país, estimou-se a ingestão diária (IDE) de PBDEs da população brasileira, e o IDE total foi de 31,9 ng/Kg de peso corpóreo - dia, e com base nos valores de dose de referência (BDE-47, BDE-99 e BDE-153) estimou-se o hazard index (HI), com valor de 0,356. A IDE apresentou altos valores em relação a outros estudos descritos na literatura, e HI com valor menor que 1. Os resultados sugerem que o risco cumulativo de exposição aos PBDEs pode estar subestimado, uma vez que apenas três congêneres de PBDEs e apenas quatro tipos de alimentos foram incluídos no cálculo, necessitando de uma avaliação de risco mais detalhada para estimar o potencial risco à saúde dos brasileiros.