Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Gisele Aparecida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-22092020-121857/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O conhecimento científico sobre causas de morte em trabalhadores potencialmente expostos ao asbesto em países de baixa ou média renda, como o Brasil, é escasso, mas importante para reforçar informações que levem à implementação de políticas públicas que protejam a população da exposição a esse cancerígeno. São várias as doenças reconhecidas como causalmente associadas ao asbesto pela IARC, entre elas o câncer de pulmão. OBJETIVOS: Explorar a desigualdade socioeconômica nas tendências de mortalidade por câncer de pulmão no Brasil. Estudar a mortalidade geral e específica por causa de morte, com ênfase em câncer de pulmão, em populações expostas ao asbesto no Brasil. MÉTODOS: Esta tese está dividida em três manuscritos. MANUSCRITO 1: Foram recuperados registros de óbito por câncer de pulmão de 2000 a 2015 em adultos com 30 anos ou mais. As análises utilizaram regressão linear generalizada de Prais-Winsten e correlação de Pearson. A correlação entre as taxas de mortalidade por câncer de pulmão e o IDH diminuiu quando comparada às taxas do primeiro e do último ano da série histórica em ambos os sexos. Entretanto, a correlação entre as tendências nas taxas de mortalidade por câncer de pulmão e o IDH foi negativa em homens (r = -0,76) e em mulheres (r = -0,58), indicando maiores reduções (ou menores acréscimos) entre as Unidades Federativas com o IDH mais alto. Os resultados apontam para uma relevante desigualdade na tendência de mortalidade por câncer de pulmão no Brasil. MANUSCRITO 2: Foram recuperados registros de óbito por câncer de pulmão de 1980 a 2016 em adultos com 60 anos ou mais e estimadas a mudança percentual anual média (AAPC) e o efeito idade-período-coorte. Entre os homens, houve uma tendência crescente na mortalidade por câncer de pulmão em Osasco de 0,7% (IC: 0,1; 1,3), em contraste com uma redução anual média para Sorocaba de -1,5% (IC: -2,4; -0,6) e uma tendência média estável para o estado de São Paulo de -0,1 (IC: -0,3; 0,1). O modelo idade-período-coorte mostrou um aumento no risco de morte a partir de 1996 em Osasco e uma redução para Sorocaba e São Paulo no mesmo período. Um monitoramento especial é necessário em relação à incidência e mortalidade por câncer de pulmão em áreas com maior exposição ao asbesto. MANUSCRITO 3: Foi realizado um estudo de coorte com 988 ex-trabalhadores homens, que contribuíram com um total de 12.217 pessoas-ano de observação. A razão de mortalidade padronizada (RMP) por idade, empregando o método indireto, foi calculada para homens com 30 anos e mais. Foram observadas RMP aumentados para mortalidade geral (RMP 1,1, IC 95% 0,98-1.23), câncer de pleura (RMP 69,4, IC 95% 22,55 a 162,1), câncer de peritônio (RMP 5,0, IC 95% 0,13 a 27,78), câncer de laringe (RMP 1,4, IC 95% 0,30 a 4,20), câncer de pulmão (RMP 1,5, IC 95% 0,82 a 2,64) e asbestose (RMP 975,7, IC 95% 396,4 a 2031). Os resultados do presente estudo são consistentes com estudos de mortalidade em trabalhadores expostos ao asbesto realizados em diferentes países. |