O compromisso no regionalismo pós-liberal: uma análise configuracional do desmembramento da União de Nações Sul-americanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rosas, Adriano Bastos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-24032021-102719/
Resumo: Instituída visando fazer oposição à proposta de integração regional panamericana em favor da securitização regional latino pan-americana, a UNASUL se encaixa no contexto do Novo Regionalismo em sua vertente pós-liberal, negando a agenda liberal que tradicionalmente marcou os processos de integração latino-americanos e mesmo a condução da política doméstica nos países do Cone-Sul durante as décadas anteriores. A presente pesquisa utilizou da metodologia da Análise Configuracional para testar o grau de compromisso dos países-membros para com as agendas político-econômicas do Bloco a partir da variação nos volumes relativos de investimento em setores estratégicos para com o mesmo, assim como o posicionamento dos governos regionais para com as agendas políticas abraçadas pela UNASUL. Verificou-se que o Bloco herdou do histórico de integração latino-americana um projeto ambicioso e vasto, mas raso no planejamento de suas ações, configurando-se como mais um caso na região de integração no qual a carência de clareza no propósito e a reticência em ceder parte da soberania nacional conduziram ao esfriamento das relações e consequente enfraquecimento das propostas iniciais da integração. É no entendimento do caráter político da UNASUL, contudo, que foi encontrado seu maior diferencial, uma vez que os testes demonstraram que foi no compromisso com a oposição à agenda liberalizante que se acabou por precarizar a liberdade econômica dos cidadãos e, principalmente, na postura conivente dos governantes dos países-membros para com o governo venezuelano e suas práticas autoritárias resultaram na precariedade da sobrevida do bloco diante da alternância de poder nos Estados democráticos da região. A UNASUL corre o risco, portanto, de inaugurar uma nova etapa no ciclo de desencantamento que a América Latina costuma realizar com blocos regionais: o desmembramento completo do Bloco em virtude da desconexão na execução de sua agenda para com os interesses à médio e longo prazo dos membros.