Impactos antrópicos na comunidade zooplanctônica estuarina, Porto de Suape- PE- Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1994
Autor(a) principal: Leitao, Sigrid Neumann
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-20082024-174538/
Resumo: Estudos sobre a estrutura da comunidade zooplanctônica foram realizados na área estuarina de Suape - PE ( Brasil), após a implantação de um Complexo Industrial Portuário. Estes estudos abrangeram o estuário do rio Ipojuca, o principal da área e o mais impactado, a partir de 1986 (seis anos após o início da construção do porto) até 1991, em três etapas: 1ª.) coletas mensais em 4 estações fixas, de abril/86 a março/87, nas preamares e baixa-mares diurnas; 2ª.) coletas-de 2 em 2 horas durante 12 horas em uma estação fixa, em julho/89 (período chuvoso) e dezembro/89 (período seco); e 3ª.) coletas de 2 em 2 horas durante 24 horas em uma estação fixa e durante 12 horas em outra estação fixa, nos períodos chuvoso (agosto/90) e seco (janeiro/91). Na 1ª etapa foi utilizada uma rede de plâncton com 65 m de abertura de malha, arrastada horizontalmente à superfície. Na 2ª e 3ª etapas filtrou-se pela mesma malha 60 l d\'água. Dados climatológicos, hidrológicos e de clorofila a foram obtidos para fins comparativos. O estuário transformou-se numa laguna costeira, classificada como homogênea com estratificação lateral na maior parte do tempo. Com a redução das chuvas e profundidade o ambiente sofreu salinizaçâo de 1986 a 1991. Os nutrientes e clorofila a apresentaram relações inversas com a salinidade, transparência e pH. O zooplâncton esteve representado por 149 táxons, destacando-se Rotifera (66 espécies), Copepoda (26 espécies) e Tintinnida (14 espécies). A composição geral foi semelhante, havendo redução de espécies limnéticas e ticoplanctónicas de 1986 a 1989 e o surgimento de mais espécies marinhas estuarinas em 1990/1991. Menos de 5% dos táxons foram muito frequentes, entre estes náuplios de Copepoda, véligeres de Bivalvia, Rotaría sp e Lecane bulia (1986/1987), náuplios de Cirripedia e véligeres de Gastropoda (1989); e véligeres de Gastropoda, náuplios de Copepoda, Oithona hebes, Paracalanus crassirostris e Leprotintinnus nordqvisti (1990/1991). Foram registradas amplas variações quantitativas, tendendo a densidade média total a aumentar de 1986 a 1991, enquanto o biovolume decresceu de 1986 a 1989, passando a se elevar em 1990/1991. O biovolume elevado de alguns táxons pouco densos (larvas de Brachyura e de Pisces) evidenciou a importância destes na teia trófica. Maiores quantidades foram registradas nos períodos chuvosos de 1986 a 1989 e no período seco de 1991. As preamares e estações à jusante foram, geralmente, mais ircas. A elevada diversidade específica é explicada pela heterogeneidade espacial e produtividade. A associação de espécies revelou um único agrupamento por etapa, divididos em subagrupamentos, afetados de acordo com a análise dos componentes principais pela salinidade, transparência, oxigênio dissolvido e clorofila a. O zooplâncton teve importante papel na área devido às suas interações e às respostas rápidas das espécies r - estrategistas às condições reinantes. O recrutamento de larvas meroplânctonicas foi reduzido pelos aterros, dragagens e precária comunicação do estuário com o mar. Os impactos antrópicos afetaram a resiliência do sistema. A área requer um manejo urgente, sugerindo-se que o rio volte ao seu curso normal, reduzindo os problemas de circulação e sedimentação-erosão. Os efluentes devem ser tratados antes de lançados ao rio.