Busca de novos compostos anti-Trypanosoma cruzi e mapeamento da resistência natural a benznidazol em tripanossomatídeos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Petravicius, Pamela Omena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42135/tde-09032023-180834/
Resumo: A busca de novos compostos para o tratamento da doença de Chagas (DC) e o entendimento dos fatores envolvidos na resistência natural de cepas de Trypanosoma cruzi a benznidazol (BZ), fármaco de primeira escolha no tratamento da DC, são prioridades de pesquisa. Neste estudo, quatro compostos derivados de quinazolina e quatro de oxadiazol tiveram sua atividade avaliada contra formas epimastigotas de duas cepas de T. cruzi. Apenas o composto 4-(1H-benzo[d]imidazol-2-il-tio)-6,7-metoxiquinazolina mostrou atividade tripanocida promissora, com valores de CI50 da ordem de 14 M. Por outro lado, esse composto apresentou elevada citotoxicidade para células LLC-MK2, promovendo a morte de 70% das células na concentração de 5 M. Esta característica não torna o composto atraente como um candidato a fármaco para a DC. Em seguida, determinamos a sensibilidade a BZ in vitro em espécies da família Trypanosomatidae e em representantes de clados do gênero Trypanosoma, totalizando 14 organismos. A atividade do composto foi avaliada em parasitos em fase exponencial de crescimento, em meio de cultura e temperaturas adequadas, após incubação de 72h, utilizando o ensaio com o corante de tetrazólio MTT. Foram consideradas espécies sensíveis a BZ aquelas que apresentaram valores de CI50 entre 3 e 25 M: representantes do gênero Trypanosoma (T. cruzi, T. c. marinkellei, T. rangeli e T. b. brucei) e P. serpens. Foram consideradas espécies resistentes a BZ aquelas que tiveram uma inibição de crescimento apreciável apenas a partir de 40 M: representantes do gênero Leishmania [L. (L.) infantum, L. (V.) braziliensis, L. (L.) tarentolae e L. (L.) enriettii]; C. fasciculata, A. deanei, S. galati, T. dionisii e Paratrypanosoma sp. A maior taxa de resistência foi observada nos isolados de T. dionisii, C. fasciculata, S. galati, L. (V.) braziliensis e L. (L.) enriettii nos quais a inibição do crescimento promovida por 160 M de BZ é da ordem de 20%. Um dos fatores que podem estar relacionados com a resistência a BZ em Leishmania refere-se à taxa de captação do fármaco, que, em L. (L.) infantum, é cerca de 6 vezes menor que em T. cruzi. Por sua vez, P. serpens (sensível a BZ) apresenta a mesma taxa de captação de T. cruzi. Objetivando analisar características de proteínas previamente associadas com a resistência a BZ em T. cruzi, resgatamos em bancos de dados de tripanossomatídeos as sequências da Nitroredutase I (NTR), da Old Yellow Enzyme (OYE), da Fe-superóxido dismutase A (FeSOD-A) e do transportador ABCG1. Encontramos ortólogos de NTR, FeSOD-A e ABCG1 em todas as espécies. Não encontramos ortólogos de OYE em P. serpens e em tripanossomas Africanos. O alinhamento das sequências é aqui mostrado. Árvores filogenéticas foram construídas para as quatro proteínas, observando-se que as árvores da NTR, da FeSOD-A e de ABCG1 seguem o padrão filogenético de evolução das espécies obtido por marcadores moleculares clássicos. Os dados obtidos neste estudo serão úteis para investigações futuras, visando avaliar a atividade dos marcadores de resistência putativos e/ou o efeito da superexpressão ou silenciamento dos genes correspondentes.