Avaliação do perfil de miRNAs circulantes em pacientes com síndrome dos ovários policísticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Maffazioli, Giovana De Nardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-16082021-130548/
Resumo: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma endocrinopatia complexa e heterogênea caracterizada por anovulação crônica e hiperandrogenismo. Afeta de 5 a 17% das mulheres em idade reprodutiva, apresenta alterações reprodutivas e metabólicas e se associa, frequentemente, a obesidade, infertilidade e resistência à insulina. A etiologia da SOP ainda é pouco compreendida, mas sabe-se que apresenta traço genético associado a fatores epigenéticos. Os miRNAs são pequenas moléculas de RNA não codificantes responsáveis pela regulação de inúmeras funções do organismo. Estão presentes em diversos órgãos e fluidos corporais. No soro, circulam dentro de pequenas vesículas ou livres no plasma e são relativamente estáveis e facilmente detectáveis. Dessa forma, têm despertado interesse tanto como potenciais biomarcadores, quanto como moléculas reguladoras de doenças. O objetivo desse estudo é avaliar a expressão de 201 miRNAs circulantes relacionados com a SOP bem como com disfunções no metabolismo da insulina e glicose em 36 mulheres com SOP e compará-lo ao perfil de 16 mulheres controles sem SOP. Dados clínicos, antropométricos, hormonais e metabólicos foram avaliados. Os perfis de 201 miRNAs circulante foram avaliados por reação em cadeia da polimerase quantitativa em tempo real (qRT-PCR) por meio da plataforma Open Array, e os miRNAs que se apresentaram como mais promissores foram validados por meio de qRT-PCR com a utilização de ensaios Taqman individuais. Os dados, então, foram submetidos à análise estatística e de bioinformática. Os grupos SOP e controle estavam pareados para a idade (p=0,16) e etnia (p=0,87). O grupo SOP apresentou maior índice de massa corporal (IMC) (p=0,03), circunferência abdominal (p=0,001), grau de hirsutismo (p=0,0001), hiperandrogenismo laboratorial (p=0,02) e pior perfil metabólico em relação ao controle. Dos 201 miRNA selecionados, 95 apresentaram expressão suficiente para prosseguir com as análises. Destes, 14 mostraram tanto diferenças de fold-regulation e de expressão relativa significativas entre os dois grupos. Desses 14, foram escolhidos 7 miRNAs que apresentaram amplificação no maior número de amostras para a etapa de validação. Após esta etapa, o miR-21-5p mostrou-se como o miRNA mais promissor e prosseguiu para a análise junto com os dados clínicos. Este miRNA apresentou chance de 81% para discriminar o grupo SOP da população do estudo, que foi semelhante à chance do hormônio anti-mulleriano (AMH), molécula amplamente estudada e promissora como biomarcador de SOP. Além disso, essa diferença de expressão entre SOP e controle pareceu estar relacionada parcialmente com o hiperandrogenismo e com a relação triglicérides/HDL-C, ainda que os mecanismos relacionados a essas associações não foram elucidados. O miR21-5p mostrou alto potencial de aplicabilidade clínica no diagnóstico de SOP. Este estudo, portanto, pode contribuir para o uso mais racional e objetivo de marcadores que possam ser utilizados no diagnóstico da síndrome, bem como na predição de alterações metabólicas e reprodutivas