Avaliação comparativa dos efeitos da termocoagulação por radiofrequência e neurotomia percutânea com balão no controle da dor a longo prazo em pacientes com neuralgia trigeminal idiopática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sterman Neto, Hugo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-22092022-120646/
Resumo: Introdução: a neuralgia trigeminal, a despeito de reconhecida há séculos, continua sendo a síndrome dolorosa neuropática facial mais fascinante e desafiadora no que se refere ao seu tratamento. Apesar de sua primeira descrição formal ter ocorrido no século 18, os tratamentos mais eficazes surgiram somente após meados do século 20. Contudo, há uma escassez de dados em estudos comparativos com alto nível de evidência entre os métodos. Dessa forma, o presente estudo comparou a eficácia dos procedimentos percutâneos mais frequentemente utilizados no controle álgico dos pacientes com neuralgia trigeminal. Métodos: trata-se de um ensaio clínico prospectivo aleatorizado, duplamente encoberto, que incluiu 33 pacientes com diagnóstico de neuralgia trigeminal, em dois grupos: BC (neurotomia por balão) e RF (termocoagulação por radiofrequência). Os pacientes foram avaliados em seis momentos distintos: antes do procedimento (V0), sete (V1), 30 (V2), 60 (V3), 90 (V4) e 180 (V5) dias após. Foram utilizadas escalas para avaliação de dor (BPI, NPSI, DN4, SF-MPQ), quantidade de medicação utilizada (MQS), qualidade de vida (WHOQoL BREV) e funções psicológicas e humor (PCS e HADS). Dados sociodemográficos foram analisados entre os grupos. Foi utilizado, como desfecho primário, o terceiro item do BPI (escala numérica de dor nas últimas 24 horas). Após randomização, os pacientes foram submetidos ao procedimento sorteado. O desfecho primário foi analisado utilizando modelo de regressão linear. Teste t de Student foi usado para variáveis de distribuição normal e o teste de Mann-Whitney e qui-quadrado para variáveis de distribuição não-normal. Fora realizada análise interina pré-planejada com pelo menos metade dos pacientes planejados. Resultados: para a análise interina, dados de 33 pacientes estavam disponíveis. A idade média foi de 62,18 ± 9,4 anos. O objetivo primário não apresentou diferença estatisticamente significativa entre os grupos ao final do estudo. A taxa de complicação foi semelhante. A influência da dor nas atividades de vida diárias, as dimensões da dor, sintomas de dor neuropática, humor, quantidade de medicação em uso e qualidade de vida, avaliados com questionários específicos, também não apresentaram diferença estatisticamente significativa. O grupo de RF apresentou mais sintomas parestéticos do que o grupo BC (2,08±1,99; 3,97±1,96; p = 0,017) nos 30 dias subsequentes à intervenção, a despeito de não ter crises de dor (4,55±0,78, 5±0; p = 0,015). A presença do componente de dor contínua foi semelhante nos grupos. O estudo foi interrompido por insignificância clínica. Conclusão: os dois métodos possuem capacidade de controle de dor semelhante. Registro do ensaio no ClinicalTrials.gov NCT02427074