Desafios na implementação do XBRL no Brasil: um estudo utilizando a teoria de difusão de inovações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Farias, Eduardo Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-01122014-180454/
Resumo: O XBRL, desde a sua criação em 1998, vem sendo discutido como uma evolução tecnológica para auxiliar na análise e tratamento das informações contábeis e financeiras. Entretanto, essa nova tecnologia não foi completamente incorporada por todos os reguladores nacionais, preparadores e usuários da informação. Desta forma, o objetivo principal desse trabalho consistiu em investigar os obstáculos do processo de implementação do XBRL no Brasil, utilizando como base a teoria da difusão de inovações, proposta por Rogers. Segundo a teoria da adoção e difusão de inovações (Rogers, 2003), os usuários e os vários grupos internos de uma organização assumem papel importante no processo do uso dos sistemas de informação, pois se estes, efetivamente não utilizarem os sistemas implantados, os benefícios potenciais dos sistemas não serão obtidos e sua taxa de adoção não variará com o passar do tempo. Os quatro elementos principais que influenciam a propagação de uma nova ideia são: a inovação, os canais de comunicação, tempo e um sistema social. Estes elementos funcionam em conjunto e a difusão é o processo pelo qual uma inovação é comunicada através de certos canais ao longo do tempo entre os membros de um sistema social. Para investigar os desafios na implementação do XBRL, utilizando a teoria de difusão de inovações, foi realizada uma pesquisa qualitativa, por meio de entrevistas semiestruturadas com profissionais que possuíam conhecimento em XBRL no Brasil e no mundo. Para análise das entrevistas, optou-se pelo método de Análise de Conteúdo com a categorização semântica seguindo as etapas da teoria da difusão de inovações. Os resultados apontaram que a inovação, no caso o XBRL, é de conhecimento das instituições, entretanto, os benefícios, tais como padronização e comparabilidade, ainda não foram alcançados. Como principais barreiras à implementação do XBRL pode-se destacar a questão cultural, o custo de implantação, a disputa de forças nas empresas entre as áreas operacionais e de tecnologia da informação, a escassez de capital humano com conhecimento sobre o tema, impacto tecnológico, processo de convencimento dos envolvidos e o respectivo tempo. Os canais de comunicação para a divulgação do XBRL no Brasil ainda são restritos, sendo o principal fórum para discussão do tema o CONTECSI, promovido anualmente pelo laboratório TECSI da FEA/USP. A criação de uma jurisdição no país não é obrigatória, mas ajudaria no processo de divulgação do XBRL e na manutenção da taxonomia. Com relação ao tempo de implantação do XBRL, sua taxa de adoção e o sistema social, os entrevistados internacionais mencionaram que o tempo médio da implantação do XBRL é de 3 (três) a 5 (cinco) anos, onde o governo e os reguladores são ou deveriam ser os grandes propulsores do XBRL, e a adoção voluntária do XBRL somente funciona por um período de tempo, sendo que após esse período a adoção necessariamente deverá ser obrigatória.