Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Tomaz, Tales Augusto Queiroz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-07072017-155613/
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Resumo: |
Esta tese discute a ideia de máquina como Outro comunicativo. Atualizando a compreensão cibernética sobre a relação entre humanos e máquinas, pensadores como o sociólogo francês Bruno Latour propõem uma ontologia pós-humanista em que humanos e não humanos sejam nivelados do ponto de vista social. Com base nessa perspectiva, ganha força já há alguns anos na área da comunicação a ideia de que devemos atribuir a máquinas como o computador a designação de Outro comunicativo. Mas há outras interpretações possíveis para o mesmo fenômeno. Considerada precursora da maior parte das perspectivas críticas ao desenvolvimento tecnológico, a fenomenologia do filósofo alemão Martin Heidegger parece fornecer elementos também para o debate sobre essa questão. Embora situado em meados do século 20 e, portanto, anterior aos desdobramentos recentes da técnica, seu pensamento tem apoiado diversos empreendimentos teóricos que se propõem a interpretar o contexto tecnológico atual, caracterizado pelo aprofundamento da digitalização e informatização da vida humana. Diante disso, esta tese discute o seguinte problema de pesquisa: Como a ideia de máquina como Outro comunicativo deve ser compreendida à luz da fenomenologia de Martin Heidegger? A hipótese é a de que, desse ponto de vista, a atribuição da qualidade de Outro comunicativo também à máquina seja vista como uma manifestação radicalizada do reducionismo tecnológico do real em curso na história do pensamento ocidental. O objetivo do trabalho é, portanto, propor uma alternativa à interpretação cibernética com base na fenomenologia do filósofo alemão. Para tanto, a tese adotou metodologia de base exclusivamente teórica. Primeiro, apresenta as bases da perspectiva cibernética atualizada, a partir de textos fundamentais de autores como Bruno Latour e Arno Bammé e de representantes mais específicos da comunicação, como Erick Felinto, André Lemos, Massimo di Felice e David Gunkel. Em seguida, a tese introduz os conceitos básicos da fenomenologia de Heidegger, em especial a respeito do sentido do ser, com base em obras seminais do autor e em intérpretes como Karl Leidlmair, Peter Trawny, Andreas Luckner e Dieter Mersch. No passo seguinte, a tese aborda a compreensão de Heidegger sobre técnica e tecnologia, relacionando-a com a questão sobre o sentido do ser, apoiada também nas principais obras do pensador e nos intérpretes já citados, além de Günter Seubold. Com base nesses fundamentos, a tese propõe uma conceituação fenomenológica do Outro comunicativo, em diálogo ainda com as concepções de alteridade de Emmanuel Levinas e do seu intérprete Amit Pinchevsky, que discute explicitamente a relação entre o Outro e a comunicação. Por meio dessa metodologia, a tese busca apresentar uma interpretação alternativa à perspectiva cibernética para a questão da máquina como Outro comunicativo, contribuindo, assim, para o enriquecimento do debate em torno desse tema fundamental para o futuro da área da comunicação. |