Síndrome da Imunodeficiência Adquirida: aspectos sociais, percepção de risco e manifestações bucais entre indivíduos infectados. São Paulo, 2000

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Pereira, Antonio Carlos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-27032020-114053/
Resumo: Este estudo teve por objetivos identificar manifestações bucais freqüentes em indivíduos infectados pelo HIV no município de São Paulo, suas percepções em relação ao risco, origem e gravidade dessas manifestações, bem como em relação às consequências psicossociais e orgânicas da infecção. Adotou-se para o desenvolvimento desta pesquisa o \'\'survey\'\' analítico. A amostra intencional foi integrada por 328 indivíduos infectados pelo HIV que consentiram espontaneamente em participar da pesquisa. A coleta de dados desenvolveu-se em dois momentos distintos, num primeiro momento utilizou-se como instrumento de medida um questionário com base em estudo exploratório; o segundo momento consistiu na coleta de dados de forma retrospectiva por levantamento de 276 registros clínicos de indivíduos infectados pelo HIV atendidos no Centro de Referência DST/AIDS do município de São Paulo. Os resultados indicaram que a maioria dos respondentes teve percepção de que a Aids é uma doença muito grave (81,7%), bem como do grande risco de transmitir o vírus para outra pessoa, se não tomar qualquer cuidado preventivo (57,9%). A descoberta do contágio pelo vírus da Aids, causou grande impacto psicológico nos respondentes, que se mostraram chocados e preocupados com a doença (97,9%), porém, confiantes nos novos medicamentos. A maioria dos respondentes, de ambos os sexos, declarou ter sido contaminada pelo HIV durante relação sexual por contatos heterossexuais. Depois do contágio 99,6% dos homens e 99,1% das mulheres declararam mudança de vida sexual, destes 92,8% dos homens e 60,6% das mulheres passaram a usar camisinha nas relações sexuais. Os respondentes, submetidos a tratamento por longo tempo, declararam acreditar muito na cura definitiva da Aids com o tratamento anti-retroviral. A variável sexo não influiu na freqüência das manifestações bucais da Aids; dentre estas as mais encontradas foram: candidíase, leucoplasia pilosa, sarcoma de Kaposi e GUNA. Houve diferença nas manifestações bucais da Aids entre os indivíduos em diversos estágios de tratamento e categorias de exposição. Os respondentes, de ambos os sexos, admitiram não estar bem informados sobre a Aids. Sugere-se a continuidade de programas educativos com vistas à prevenção da Aids, elaborados em consonância ao conhecimento dessa realidade. Novas pesquisas relacionadas à Aids deverão privilegiar aspectos sociais para oferecer subsídios no redirecionamento de programas e campanhas educativas.