Listeria monocytogenes em caqui (Diospyros kaki) nas variedades \'Fuyu\' e \'Rama Forte\': incidência e crescimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Uchima, Cristiane Akemi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-30052008-113353/
Resumo: O Brasil é um dos três maiores produtores mundiais de frutas, com uma produção que supera os 39 milhões de toneladas, com grande participação no mercado externo e crescente participação no mercado interno. Entretanto, não basta apenas ter quantidade, a qualidade e inocuidade do alimento são quesitos cada vez mais exigidos pelos consumidores. Tem-se conhecimento que produtos in natura podem apresentar contaminantes microbiológicos e a refrigeração é tipicamente utilizada para retardar o desenvolvimento microbiano nos produtos frescos. Microrganismos psicrotróficos, como Listeria monocytogenes, são capazes de se desenvolverem sob refrigeração. Esta bactéria é um importante patógeno causador de doenças transmitidas por alimentos e, devido a gravidade da doença e a elevada taxa de mortalidade em indivíduos suscetíveis, vem merecendo a atenção de microbiologistas de alimentos e profissionais da área da saúde. Nas frutas de baixa acidez, dentre as quais está o caqui (Diospyros kaki), L. monocytogenes pode ainda ter condições para sobreviver e se multiplicar, pois esta fruta não é submetida a tratamentos fitossanitários pós-colheita. Em muitos países, incluindo o Brasil, o caqui é consumido com a casca, logo, uma provável contaminação externa torna a situação ainda mais crítica com relação a inocuidade do produto. Assim sendo, este estudo teve como objetivos: (1) verificar a incidência de L. monocytogenes na casca de caquis (Diospyros kaki) \'Fuyu\' e \'Rama Forte\'; (2) estudar a sobrevivência e multiplicação daquele patógeno na casca e na polpa dessa fruta em diferentes tempos e temperaturas de incubação; (3) e obter parâmetros de crescimento (a duração da fase lag, o tempo de geração e a taxa de crescimento exponencial). A pesquisa de incidência de L. monocytogenes na superfície dos caquis foi realizada durante os meses de março a julho nos anos de 2005 e 2006. As amostras foram coletadas no comércio varejista na região de Campinas, interior do Estado de São Paulo, e no atacado, sendo o CEAGESP o local escolhido para esse último tipo de coleta. Um total de 582 frutos foram analisados pelo sistema Bax®, que é um método baseado na Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). A habilidade desse patógeno se desenvolver nas duas variedades de caqui estudadas também foi verificada na polpa e na casca das frutas em diferentes tempos de incubação e a temperaturas de 10ºC, 20ºC e 30ºC. Os parâmetros de crescimento de L. monocytogenes (duração da fase lag, taxa de crescimento exponencial e tempo de geração) foram obtidos a partir dos dados experimentais. A pesquisa de incidência revelou ausência de L. monocytogenes nas cascas das frutas. Os dados de crescimento obtidos para o patógeno indicam que este pode sobreviver e se multiplicar tanto na polpa quanto na casca dos caquis \'Fuyu\' e \'Rama Forte\', e que a baixa temperatura pode retardar o seu crescimento, mas não evitá-lo.