Imigrantes espanhóis na paulicéia: trabalho e sociabilidade urbana, 1890-1922

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Canovas, Marilia Dalva Klaumann
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-08112007-161310/
Resumo: Esta investigação pretendeu recuperar, amparada por substantivo corpus documental, a multiplicidade de papéis vivenciados pelo imigrante espanhol na Paulicéia: redes de afazeres e práticas associativas, modos efetivos de incorporação e experiências precárias de acomodação à atividade produtiva da cidade, formas de sociabilidade, enfim, os diversos meios de inserção, as estratégias e as experiências concretas relacionadas à sua trajetória na urbe paulistana, entre os anos de 1890 e 1922. Conhecido como o da emigração em massa, esse período será o responsável pelo deslocamento de imensas ondas humanas que cruzavam o Atlântico em direção à América. Para o Brasil, vinham atraídas pela eficiente e agressiva política oficial de arregimentação de braços em larga escala que se alicerçava no subsídio à passagem das famílias emigrantes, modalidade de captação com a qual se pretendia irrigar com mão-de-obra farta e, portanto, barata, a lavoura cafeeira do Estado de São Paulo, em constante expansão. Grande parte desse caudal emigratório espanhol movia-se fugindo das distorções do sistema agrário, da miséria, das convocações militares para as guerras coloniais e da falta de perspectiva no futuro, trazendo, em sua bagagem imaginária, o desejo de melhoria em sua condição de vida e o sonho do retorno ao seu país de origem. Desses milhares de desterrados, muitos, por razões que a pesquisa buscou explorar, acabaram se dirigindo - refluindo ou não do colonato - para a cidade de São Paulo que, promovendo para si a atração de capitais e população, ostentava com eloqüência os frutos colhidos pelo café, metamorfoseando-se radicalmente de maneira acelerada e se transformando, na passagem do século XX, de pequeno núcleo urbano, na metrópole do café. Face à especificidade da constituição da urbe, o adensamento de uma população diversificada - verdadeiro caleidoscópio étnico no qual o imigrante espanhol, em que pese a sua quase total obscuridade historiográfica, figurou entre as três correntes majoritárias -, constituída por universos socioculturais heterogêneos e assimétricos, amálgama de múltiplas expectativas e experiências de vida, representou campo fecundo para a investigação, descortinando perspectivas e abordagens privilegiadas na problematização do objeto e no tratamento teórico-metodológico das fontes e da bibliografia utilizadas.