Prevalência de incontinência urinária e fatores associados na população adulta da área urbana da cidade de Coari-AM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Matos, Gabrielle Silveira Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-06122024-115415/
Resumo: Introdução: Incontinência urinária (IU) é definida como a queixa de qualquer perda involuntária de urina. É determinada por diferentes etiologias e constitui um problema de saúde pública que atinge homens e mulheres em todo o mundo em índices notáveis, com impacto negativo na participação social e qualidade de vida, gerando alto custo econômico para a pessoa e para o sistema de saúde. Objetivo: Analisar a prevalência e os fatores demográficos, comportamentais e de saúde associados à ocorrência de IU em uma população urbana do interior do Estado do Amazonas. Método: Estudo transversal, de base populacional, realizado na zona urbana do município de Coari, Amazonas. A amostra foi composta por 283 cidadãos selecionados aleatoriamente. A coleta de dados foi realizada por agentes comunitários de saúde voluntários, devidamente capacitados, nas residências da área de cobertura da unidade de saúde onde exercia suas funções. O instrumento utilizado continha questões sobre as variáveis independentes: sociodemográficas, de saúde, hábitos de uso de banheiro e alimentação. Todas as informações foram autoinformadas pelo participante. A variável dependente IU foi avaliada pelo International Consultation on Incontinence Questionnaire-Short Form (ICIQ-SF) versão em português brasileiro. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial. Foram aplicados para variáveis categóricas os Testes qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher; para variáveis quantitativas o teste t de Welch, teste t de Student ou WilcoxonMann-Whitney. Regressão logística binária foi aplicada para identificar os fatores associados à IU. Para todas as análises foi considerado nível de significância de 5% (p<0,05) e intervalo de confiança de 95%. Resultados: A prevalência de IU foi de 25,44% (72/283 pessoas), sendo 32,68% em mulheres e 6,41% em homens. A faixa etária de maior prevalência foi de 30 a 59 anos (69,44%). O tipo mais prevalente foi IU de esforço (61,11%). Para a maioria, as perdas urinárias aconteciam uma vez por semana (51,39%), em pequena quantidade (69,44%) e com leve (38,88%) ou nenhuma (15,28%) interferência na vida diária. As situações em que as perdas urinárias foram relatadas, segundo o ICIQ-SF, na maioria: quando tosse ou espirra (65,28%) e antes de chegar ao banheiro (31,94%); 56,94% diziam sentir-se levemente úmidos e 83,33% das pessoas incontinentes não faziam uso de dispositivos de proteção. Segundo análise de regressão logística, foram associados à IU: disúria (OR 2,53; 95%IC 1,14-5,71; p=0,024), 8 insônia (OR 3,28; 95%IC 1,41-7,74; p=0,006), infecção do trato urinário mais de uma vez nos últimos 6 meses (OR 17,11; 95%IC 3,11-141,28; p=0,003), cirurgia abdominal/pélvica (OR 4,82; 95%IC 2,24-10,83; p<0,001) e cistocele (OR 4,06; 95%IC 1,15-16,31; p=0,035). Conclusões: A prevalência de IU encontrada foi elevada, especialmente entre mulheres em faixas etárias mais jovens. Os fatores associados refletem condições relacionadas ao histórico de saúde apontando a necessidade de rastreio de IU, assim como implementação de práticas de cuidado e assistência à pessoa com IU para minimizar o impacto na pessoa e nos custos para o sistema de saúde a longo prazo. Este é do primeiro estudo de base populacional sobre IU, realizado com adultos, na região do Médio Solimões.