Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Taleikis, Paula Urzúa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7134/tde-14082009-100458/
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Resumo: |
Este estudo tem por finalidade contribuir com a reflexão sobre a utilização do trabalho nas propostas reabilitadoras de desinstitucionalização no contexto da Reforma Psiquiátrica Brasileira, buscando compreender o sentido do trabalho e algumas concepções que norteiam as experiências de trabalho no campo da saúde mental. O objeto desta pesquisa, portanto, são as oficinas de trabalho que se orientam pelo trabalho cooperado, entendidas como uma possibilidade de subverter a lógica excludente e normatizadora da relação trabalho e saúde mental que historicamente pautou a relação sociedade/loucura e as instituições (assistenciais, jurídicas, sociais, culturais) que imbuídas dessa lógica vitimaram as pessoas com sofrimento mental, culminando com variados tipos de violência e desumanização. Para compreender esse processo de transformações complexo, fundamentamos o estudo na abordagem dialética, uma vez que possibilita buscar a essência do trabalho a partir da sua expressão na aparência, entendendo como algo em permanente movimento dialético, carregado de conflitos e contradições. Para os autores dessa abordagem o trabalho é considerado um elemento central da realidade, mas deve ser compreendido como historicamente determinado e somente a partir da sua totalidade pode se compreender sua forma particular, nesta pesquisa, nas oficinas de trabalho de um serviço de saúde mental criado no bojo do processo de reforma psiquiátrica de Campinas. Também utilizamos os conceitos de desinstitucionalização, reabilitação psicossocial e cooperativismo social, buscando articulá-los com a categoria analítica Trabalho e suas expressões (alienação, emancipação e processo de trabalho) na concepção marxista, que balizam a análise dos dados. A coleta dos dados foi realizada essencialmente por meio de entrevistas semi-estruturadas com a gerente e os coordenadores das oficinas de trabalho. Os dados foram submetidos à análise temática dando origem as categorias empíricas: projeto institucional, modo de estruturação do serviço, processo de trabalho em saúde e concepções sobre reabilitação psicossocial, trabalho e cooperativismo social. A análise revelou a existência de contradições e conflitos, que refletem especialmente os modelos tecno-assistenciais em disputa, que por sua vez, são determinados pela totalidade, pelos interesses opostos da luta de classes na sociedade, especialmente sobre os processos de trabalho que pretendem mudanças concretas na vida dos usuários no sentido da sua emancipação. Apontamos para a necessidade de subverter a lógica do trabalho terapêutico, dependente e alienado para transformar a produção e reprodução material e subjetiva dos sujeitos protagonistas dessas mudanças, usuários, familiares e trabalhadores em saúde mental, que passa necessariamente pela conscientização de todos sobre os mecanismos de opressão e dominação manifestos ou latentes ainda presentes nas relações sociais, desde as mais singulares até o âmbito estrutural |