Cerâmica Kadiwéu - Processos, transformações, traduções: uma leitura do percurso da cerâmica Kadiwéu do século XIX ao XXI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Graziato, Vânia Perrotti Pires
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27159/tde-29042009-110819/
Resumo: O presente trabalho, resultado do contato com sociedades da Reserva Indígena Kadiwéu, localizada no Pantanal Sul-mato-grossense, verifica a cerâmica ali produzida pelas índias, no período compreendido entre o final do século XIX e a atualidade. A investigação focaliza o processo de produção, os padrões ornamentais, a forma e a função dos objetos, além dos materiais e técnicas utilizados. A cerâmica Kadiwéu difere, atualmente, das demais produções brasileiras principalmente pela ornamentação, marcada por grafismos e cores muito peculiares. Essa produção sofreu, durante o período ao qual a pesquisa se ateve, transformações significativas no que se refere aos padrões e técnicas ornamentais, possivelmente devido à fixação dos índios próximo a Serra da Bodoquena, que oferece grande variedade de matérias-primas, incorporadas às produções correntes. Foram utilizadas como referência para esta pesquisa duas importantes coleções etnográficas: a de Guido Boggiani, que esteve entre os Kadiwéu em 1892 e 1897 e se encontra, sobretudo, em museus da Itália e a coleção recolhida por Darcy Ribeiro na década de 1940, período em que conviveu com eles. Essas coleções diferem muito da produção atual, conforme verificação feita durante os anos 2000 e 2005. A aproximação aos processos de produção, das formas, cores e padrões, impressos na cerâmica Kadiwéu, possibilitou a compreensão da real dimensão das inúmeras possibilidades de exploração do barro transformado pelo fogo, propondo, então, uma tradução poética dessa observação. São de essencial importância a apresentação desse percurso, a verificação e o registro dos processos de produção atuais, usados pelas mulheres índias para preparar, modelar e submeter o barro à ação mágica e transformadora do fogo. A tradução poética aqui delineada nasceu desse encontro, que provocou reflexões manifestadas por dois conceitos: persistência e tradição oral.