Avaliação da geodiversidade como base para estratégias de geoconservação em áreas protegidas: estudo aplicado ao Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Caraguatatuba (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Balaguer, Laura Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44144/tde-15092022-111713/
Resumo: O município de Caraguatatuba, no litoral norte do estado de São Paulo, é parte de um mosaico de áreas costeiras que compõem uma das principais áreas protegidas do estado: o Parque Estadual da Serra do Mar. Embora expressiva, a área protegida tem sido cada vez mais suprimida pela urbanização e industrialização, representando forte ameaça à geodiversidade. A geodiversidade da região está associada aos registros geológicos de amalgamação, evolução e fragmentação do supercontinente Gondwana, passando pela abertura do Oceano Atlântico Sul, formação da Serra do Mar e episódios de variação do nível do mar. Os elementos e processos da geodiversidade associados a estes eventos apresentam benefícios à sociedade e encontram-se ameaçados por fatores naturais e antrópicos. Por este motivo, a caracterização e a avaliação integrada da geodiversidade, que contribua para estratégias de conservação da natureza na unidade de conservação, deve levá-los em consideração. Este trabalho objetiva caracterizar a geodiversidade do município com foco na área protegida, além de definir e avaliar os serviços ecossistêmicos providos pela geodiversidade e quantificar suas perdas. A metodologia empregada baseou-se em cinco etapas: (i) confecção de mapeamento geoambiental em escala de detalhe, (ii) definição das Variáveis Essenciais da Geodiversidade (EGVs), (iii) identificação dos serviços ecossistêmicos providos pela geodiversidade, (iv) confecção de mapas de uso e ocupação do solo de 1990 e 2020 e (v) avaliação quantitativa dos impactos à geodiversidade e aos serviços ecossistêmicos. O mapa geoambiental resultou em 11 unidades que abrangem os processos denudacionais das rochas cristalinas da Serra do Mar e os processos agradacionais das planícies costeira, fluvial e fluviomarinha, que estão associadas a potencialidades e limitações de uso na gestão territorial. Dentre as EGVs foram definidas as categorias geologia, recursos minerais, geomorfologia, pedologia, hidrologia e depósitos inconsolidados. A identificação dos serviços ecossistêmicos providos pela geodiversidade indicou 76 serviços distribuídos nas funções de regulação, suporte, provisão, cultural e conhecimento. Destes, os mais ameaçados pela urbanização e pela ausência de vegetação são, respectivamente: suporte (50,9%), regulação (47,7%), cultural (41,9%), conhecimento (34,9%) e provisão (31,2%). Os resultados obtidos por meio da caracterização integrada da geodiversidade abrangem dados que permitem uma avaliação consistente e com base nos vetores de impacto à porção abiótica. Espera-se que os dados resultantes possam servir como ferramenta para políticas públicas.