Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Spaggiari, Caio Vitale |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-07012022-095720/
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Resumo: |
Introdução: O Metaborreflexo (MR) pode ser definido como um conjunto de ações reflexas desencadeadas pelas alterações metabólicas musculares secundárias ao esforço físico. O MR envolve receptores musculares químicos e de dor com a finalidade de regular a perfusão periférica, por meio do aumento atividade neuronal simpática muscular (ANSM). Em pacientes com insuficiência cardíaca (IC), o MR está dessensibilizado e a sua função inadequada esta relacionada a modificações do fluxo sanguíneo muscular (FSM), aumento da frequência respiratória e redução do consumo máximo de oxigênio. Ademais, as evidências científicas a esse respeito na Terapia de Ressincronização Cardíaca (TRC) são pobres. Objetivos do estudo: Primário: avaliar o controle neurovascular (CNV) e a ANSM, assim como sua correlação funcional em pacientes submetidos à TRC. Secundário: avaliar o comportamento funcional e hemodinâmico após ajuste de frequência cardíaca (FC). Métodos: Estudo clínico intervencional, controlado, não randomizado. O estudo incluiu 30 pacientes submetidos à TRC e 22 indivíduos no grupo controle (GC). O estudo constou de duas fases: Fase I: a) avaliação do CNV e ANSM, durante exercício isométrico de moderada intensidade (EI) e durante oclusão circulatória (OC), pré-TRC e três meses após; b) avaliação da capacidade funcional pelo teste ergoespirométrico, pré-TRC e três meses após; c) avaliação do OC (taxa de variação da ANSM basal em relação a OC) e o EI (taxa de variação da ANSM basal em relação ao EI). Fase II: a) avaliação do perfil hemodinâmico nos respondedores clínicos à TRC durante protocolo de EI; b) avaliação da capacidade funcional pelo teste de caminhada de 6 minutos (TC6). Associado ou não ao ajuste de FC. Resultados: Fase I: Pós TRC foi observado: 1 redução da ANSM, durante a OC: 51,3±13,2 impulsos/min vs. 39,5±13 impulsos/min (P=0,01) e durante o EI: 59,1±10,0 impulsos/min vs. 45,0±13,4 impulsos/min (P=0,001); 2 aumento do OC: 0 (IQR interquartil -7 9 %) vs. 13 (IQR 5 30 %) (P=0,03); e do EI: 19 (3 31 %) vs. 40 (21 64 %) (P =0,04); 3 incremento da PAM durante a OC: 94 (IQR 91-104 mmHg) vs. 110 (IQR 100-117 mmHg) (P=0,04); 4 melhora do VO2pico: 15,0 ± 5,3 ml/kg/min vs. 19,2±6,0 ml/kg/min (P=0,001), correlacionada à redução da ANSM basal (rs=-0,74, P=0,003). Fase II a comparação entre os achados de TRC e FC ajustada durante o EI demonstrou, respectivamente: 1 aumento no débito cardíaco: 4,2 ± 1,5 L/min vs. 5,0 ± 1,8 L/min (P=0,0004); 2 redução na resistência vascular periférica: 1303 (IQR 1269 2110) dinas/cm5 vs. 1228 (IQR 915-1677) dinas/cm5 (P=0,0001); 3 aumento de 38m (8,7%) na distância percorrida durante o TC6 436,3 ± 58,5 m vs. 474,4 ± 68,4 m (P=0,0002); 4 aumento no duplo produto no TC6: 9155±2186 mmHg.bpm vs. 10015±2294 mmHg.bpm (P=0,002). Notou-se no grupo da FC ajustada uma correlação entre duplo produto e distância percorrida no TC6 (r=0,71; P=0,003). Neste estudo, se conclui que os efeitos da hemodinâmicos da TRC e sobre o CNV foram: 1 reajuste do MR demonstrado pelo aumento do OC; 2 redução da ANSM basal, o que se correlacionou com a melhora na capacidade funcional, no teste ergoespirométrico; 3 melhora do padrão hemodinâmico (baixo débito cardíaco e alta resistência vascular periférica) após o ajuste da FC pela TRC, com aumento da capacidade funcional medida pela distância percorrida no TC6; e 4 correlação robusta e positiva entre o aumento da eficiência miocárdica (duplo produto) e a melhora da capacidade funcional durante o TC6 |