A Instituição social do rádio: (Re)agregando as práticas discursivas da indústria no ecossistema midiático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gambaro, Daniel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-23072019-105047/
Resumo: O ecossistema midiático está em transformação, uma decorrência da propagação do uso de tecnologias digitais de informação e comunicação em ações cotidianas. Atualmente, mais mídias disputam a atenção das pessoas, que se dividem entre as atividades previamente estabelecidas de consumo de mídia e novas práticas de comunicação. Em meio a essas mudanças, a indústria radiofônica precisa se reconfigurar, como forma de manter seus valores social e cultural. O objetivo central deste trabalho é refletir sobre o rádio contemporâneo, de modo a tornar possível o desenho de táticas de atuação que mantenham o legado histórico do meio, enquanto possibilitam o rearranjo das práticas de acordo com os hábitos de consumo midiático atuais. O principal postulado alcançado nesta investigação determina que o rádio é uma instituição social, isto é, um agregado de práticas discursivas edificadas a partir das associações entre agentes e tecnologias diversas. Estratégias, conceitos e discursos foram instituídos historicamente, enraizados pelos agentes em atuação no campo radiofônico. Esse conjunto de práticas se apresenta, hoje, como uma ambiguidade: é tanto garantia de legitimidade do campo pelo lastro do tempo, como é estrutura rígida que impede mudanças. Assim, é preciso olhar para o passado do rádio para compreender como foi arraigada sua forma atual, tanto quanto é importante prestar atenção aos atributos do ambiente midiático digital, por onde começa a circular a produção dessa indústria. Como metodologia para a discussão proposta, foi realizado um amplo levantamento bibliográfico sobre a história do meio. Esses dados foram organizados e debatidos, para demonstrar o processo de instituição do rádio, bem como as possibilidades de produção existentes e pouco exploradas. Esse referencial inicial orientou uma observação empírica, cujo objetivo foi descrever o rádio contemporâneo. Buscou-se delimitar as formas da produção radiofônica, bem como variações esperadas em diferentes contextos, a partir de exemplos de emissoras de seis mercados: três no Brasil (São Paulo, Porto Alegre e Recife) e três no exterior (Reino Unido, Espanha e Portugal). Tal esforço de pesquisa demonstrou que, apesar da necessidade de renovação, as formas instituídas do rádio se impõem sob a lógica do mercado, impedindo avanços maiores em direção a uma melhor adequação ao ecossistema midiático hodierno. À luz dessas constatações, esta tese propõe caminhos possíveis para a atuação futura do rádio, como parte dos novos agregados sociais, formados a partir dos hábitos recentemente instituídos pelas tecnologias modernas.