Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Josiane Regina Monteiro da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-10122020-144547/
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Resumo: |
Este trabalho se inscreve no âmbito da psicologia social da religião, adotando como quadro de referência a Teoria do Self Dialógico (TSD) que desde seu início, na década de 1990, vem esposando uma perspectiva cultural. Esta teoria aponta o caráter plural do self, assim como sua natureza multiposicionada e multivocalizada, e vem se desenvolvendo no sentido de consolidar uma compreensão da mutualidade constitutiva self-cultura. A pesquisa teve como objetivo geral explorar a identidade docente situada num contexto confessional, buscando uma aproximação à estrutura e organização do self dialógico. O método partiu de uma abordagem hermenêutica com recurso à utilização de narrativas que emergiram no contexto de um encontro para interação dialógica. O encontro foi norteado por um roteiro estruturado em três momentos visando a montagem do Repertório de Posições da Identidade Docente, a apresentação das posições e de suas mútuas relações, e a exteriorização de diálogos sobre ciência e religião. O campo empírico foi o Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus Engenheiro Coelho, onde participaram vinte docentes de ambos os sexos. A análise envolveu a organização dos participantes em três grupos conforme tempo de docência, a categorização das posições dos repertórios e uma sequência procedimental analítica criada a partir de quatro binômios, monólogo-diálogo, assimetria-simetria, conflito-ambivalência, estabilidade-mudança, visando acessar e caracterizar as dinâmicas intrapessoais. Os resultados indicam que a identidade docente confessional se estrutura num conjunto de posições pessoais e sociais, especificamente familiares, acadêmicas, profissionais, religiosas e de fronteira entre ciência e religião, que funciona como um sistema de base, marcado por um padrão de positividade, pelo senso de integralidade/unidade e pela abertura à multiplicidade. Em sua organização, se destacou um modo de funcionamento narrativo que entrelaça tensão e cooperatividade, o qual se expressa por um conjunto de movimentos relativamente regulares. Esse conjunto viabiliza processos de produção de sentido, predominantemente marcados por relações de integração que combinam hierarquias e predominâncias relativas. O conjunto de movimentos foi orquestrado pela metaposição Eu como docente de uma instituição confessional, na medida em que diferentes posições pessoais e sociais se encontram e se articulam para dar sentido não somente ao seu conjunto identitário, mas também às relações entre ciência e religião. Esta complexa rede de interlocuções se deu num campo aberto entre pares dialógicos postos em interação, denominado espaço mediacional, o qual permitiu a emergência e interconexão de posições que, juntas, protagonizaram o entrelaçamento da tensão e da cooperatividade no sentido da integração identitária. De modo geral, aponta-se que a concomitância de tensão, na forma de assimetrias, ambivalências e hierarquizações, e de cooperatividade, na forma de coalisões e flexibilizações, se mostrou funcional na medida em que desencadeou uma dinâmica predominantemente integrativa, evidenciando a capacidade autorreguladora do self. Finalmente, indica-se a possibilidade de utilização da noção de sistema de tensegridade para ampliar a compreensão das dinâmicas do self na perspectiva da TSD |